domingo, 1 de dezembro de 2024

Rosa Parks ativista

 


Rosa Parks foi a mulher negra, trabalhadora, costureira, que se recusou a ceder seu lugar no ônibus para um homem branco em 1º de dezembro de 1955, em uma sociedade marcada pelo racismo, pelo segregacionismo, em que o povo negro era separado dos brancos tendo nos ônibus poltronas para brancos e para "coloreds" negros. Rosa Parks foi presa, conforme as leis da época, justamente por se recusar a ceder seu lugar a um homem branco, reconhecido como um ser superior e com o privilégio de ser branco garantido por lei. O Ato de Rosa Parks deu início à luta contra a segregação racial e ela se tornou então um ícone do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Durante muito tempo ela teve dificuldades em arrumar emprego e teve que enfrentar hostilidades e ameaças de morte por parte de grupos de supremacia branca.


ouça a música Mandume de Emicida.


sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Novo Cumbe


 Houve um tempo que Cumbe era usado pejorativamente como símbolo de atraso, hoje tudo muda de figura. O termo Cumbe está em lojas, em marcas, em nomes artísticos, reforçando uma identidade. O termo Kumbi vem da língua de Angola na mãe África, do Kimbundo, significa o sol, a claridade da luz do dia, mas também significa Quilombo. José Aras escreveu no Sertão Conselheiro que "segundo alguns, Cumbe é boteco de cachaça", e essa noção equivocada foi usada para mudar o nome para Euclides da Cunha. A Vila do Cumbe foi desmembrada de Monte Santo pela Lei Provincial n° 255 em 11 de junho de 1898 e neste ano de 2024 completou 126 anos de emancipação como vila autônoma. O Cumbe viu em sua terra o massacre vergonhoso de Canudos, o Cumbe viu nascer Pedro Sertanejo, o Cumbe recebeu Lampião, o Cumbe é nossa ancestralidade de negros, indígenas e sertanejos que fundaram está terra com seu suor e seu sangue.

sábado, 7 de setembro de 2024

Uma ode às feiras livres

Feira de Euclides da Cunha, registro de Patrícia Quirino Rocha e Maria Augusta Mundim Vargas



Uma ode às feiras-livres
 
Com saudações cordiais
A quem porventura ler
Sobre as nossas feiras-livres
Das quais venho discorrer
Para o terceiro Zoordel
Nos versos deste cordel
Com todo orgulho e prazer:
 
Primeiro reconhecer
Com saudações cordelistas
Conhecidas feiras-livres
Como um berço de artistas
Com saberes e sabores
Cheiros, sons, toques e cores
Pra nativos e turistas
 
Objeto de cronistas
Destino das novidades
As ancestrais feiras-livres
Deram origem às cidades
Os velhos guardam memórias
Os novos ouvem as histórias
Das letras e oralidades
 
Lugar de oportunidades
De comprar, vender, trocar
As feiras-livres resistem
Em quase todo lugar
Espaços de interação
Reduto da Tradição
Da Cultura Popular
 
Nela se pode encontrar
A arte do artesão
Itens da agricultura
Com o calor do povão
Com interação assaz
Nas feiras-livres se faz
A vida em força e pulsão
 
Saberes sem restrição
Num caldeirão cultural
As feiras-livres promovem
Convivência social
Da plebe à burguesia
Salvaguarda economia
No cerne comercial
  
Vige evento atemporal
Palco das diversidades
De tradições, de culturas
Reforçando identidades
Artesãos e ambulantes
Artistas, gentes, feirantes
Em todas nossas cidades
 
Cores e variedades
Da cultura brasileira
Dos primórdios até hoje
Feira-livre alvissareira
Espaço de equidade
Um palco da humanidade
Que se configura a feira
 
Importância verdadeira
Para socialização
As feiras-livres promovem
Intensa aglomeração
O povo se reencontra
Na feira o artista encontra
Espaço e divulgação
 
No mais distante rincão
Tem na feira seu alento
Ambulantes e feirantes
Dela tiram seu sustento
“Shopping” por definição
É trabalho, é diversão
Lugar de pertencimento
 
Dado o desenvolvimento
As feiras evoluíram
Com as tecnologias
As novidades surgiram
Feira-livre, firme e forte
De pequeno ou grande porte
No seu padrão resistiram
 
As feiras não se extinguiram
Com o Comércio pujante
Laços de afetividade
Fazem da feira pulsante
Nesse belo painel
Do seu público fiel
Tem apoio importante
 
 A feira é preponderante
Na vida de uma cidade
Para o pobre periférico
Pra toda comunidade
E por isso hoje a feira
Tradicional brasileira
Exibe vitalidade
 
Na contemporaneidade
Com tantas contradições
É lugar de resistência
Pra estreitar relações
Seus usuários aprovam
Feiras-livres se renovam
Exibem novas versões
 
Reduto de multidões
A feira-livre é destino
Buscando o preço menor
E o contato genuíno
Como peculiaridade
Pois a sociabilidade
Tá no sangue Nordestino
 
No início campesino
Nas vilas e povoados
Viram surgir com a feira
O comércio organizado
Feira-livre ainda existe
Resistindo subsiste
Sem perder o seu reinado
 
É o espaço consagrado
Para trocas sociais
Nas feiras tem tradição
E valores culturais
Onde convivem concordes
De proletários à lordes
Todas classes sociais
 
Sobretudo, além do mais
Faz-se mister ressaltar
Que a comida da feira
É pra todo paladar
Sarapatel e buchada
Com galinha e quiabada
É pra comer e rezar
  
Frutas pra saborear
Caju, manga e graviola
Umbu, cajá, sapoti
Uma moda de viola
Na Feira bater um papo
Com licor de jenipapo
Voz, “Tareco e mariola”
 
Feijão verde na sacola
Com pesada de fussura
Um cordão de licuri
Tijolo de rapadura
Agricultor dá o tom
Feira tem do que é bom
Do cerne da Agricultura
 
Tem lindas xilogravuras
Feitura de artesanato
Rede, bogó, arupemba
Tem do chapéu ao sapato
Cantada em prosa e verso
É a feira um universo
Tudo de bom e barato
 
E quem quer o melhor prato
De tudo se tem na feira
Tripa e ovo de codorna
Tapioca e macaxeira
Rim guisado sem desleixo
Manuê e quebra-queixo
Da Tradição Catingueira
 
E nossa gente guerreira
Faz a feira exuberante
Na ebulição cultural
No clima contagiante
Respeitar a tradição
Seu espaço e seu padrão
Seu legado, doravante
 
E respeitar o feirante
Na lida de cada dia
Na dinâmica da feira
Resistindo à revelia
Ele é protagonista
Nesse palco ele é artista
Trabalha com alegria
  
Ele faz com maestria
A bela recepção
Ao dispor dos seus produtos
Com diligente atenção
Para atender ao cliente
Realizado e contente
Segue com satisfação
 
Para além da relação
Entre feirante e cliente
A feira-livre promove
Aglomerado de gente
De muitas cosmovisões
Para todas gerações
Um espaço abrangente
 
E na feira é recorrente
Repentistas, cantadores
Para aglutinar o povo
Os poetas precursores
Da Cultura e Tradição
Com a viola na mão
Cantando dores/amores
 
Entre artes e labores
A feira-livre é lugar
Onde a vida se renova
De um modo singular
Sendo a feira tão plural
Um caldeirão cultural
No conceito basilar
 
E assim para encerrar
Essa breve explanação
Ressalto que as feiras-livres
Acima de tudo elas são
De modo simples didático
Ambiente democrático
Na sua organização
 
E grato pela atenção
Deixo aqui este recado
Sobre nossas feiras-livres
E seu enorme legado
Que depois do feudalismo
Ganhou no capitalismo
Seu espaço consagrado
 
No mundo modernizado
Com mercado virtual
As feiras prosseguem vivas
Com todo potencial...
Tem maquineta na mão
Com Cheque, Pix, Cartão
(Não há feira virtual)
 
E chegando ao final
Busquei tentar ser fiel
Ao falar das feiras-livres
Traçando tal painel
Do ensejo aproveito
Pra deixar todo respeito
Nos versos desse cordel.
 
21/06/2024


Texto produzido para 3ª Edição do Concurso de Coordel - Zoordel - realizado pela Rede de Museus da UEFS, Casa do Sertão, PROGEL e PROEX da UEFS Editora, ficando o presente texto em 5º lugar em 166 classificados.


"Olhando tal resultado, estou sem acreditar, que o meu cordel sobre a feira, tirou o 5º lugar, é mesmo feliz surpresa, por esta grande proeza, motivo de se orgulhar."

quarta-feira, 17 de julho de 2024

O gatinho


 Estou gostando dessa experiência de escrever para o público infantil. 

Resumo dos governo do PT


 

Borboletinha


 

Abelinha

 


Eu tentando entrar numa escrita para um público mais novinho, da escola, aqueles que podem mudar o futuro.

Na alcova da presidência


 Fizeram da estrutura do país um puxadinho da casa do rei usando a máquina pública para encobrir crimes. E há quem ache que não é nada demais, pois certamente fariam o mesmo. O problema é que parte da população não entende certos crimes como crime. Peculato, prevaricação, sonegação, fraude, furar fila, usar máquina pública para benefício próprio, para muitos é normal e fazem tendo oportunidade. O problema do país não são os políticos. O problema é mais embaixo.

Que tiro foi esse?


 Quem prega a violência, quem quer as pessoas armadas, um dia é pego por essa mesma violência. A técnica de armar um atentado para comover a opinião pública é velha e Hollywood é mestra em imitar a realidade. Se foi simulação ou não, o objetivo já foi alcançado, pois o povo se deixa levar pela comoção, pelo pathos, e muda a consciência esquecendo tudo que o atacado representa.
Apocalipse 14, 3 -4.:
3E vi uma das suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta.
4 E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?

Regrinha pra votar


 

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Imagens do meu sertão (II)


 

Cordel na Escola vai além dos versos


Cordel na Escola vai além dos versos

Produzido para o III Concurso de Cordel em São Gonçalo, pena que não foi classificado.


Querido leitor amigo
Peço vossa atenção
Para falar de Cordel
De Cultura e Tradição
Que hoje está na escola
Por toda nossa nação
 
Se não está deveria
Dada a sua importância
Para os jovens e adultos
E também na tenra infância
Pois aprender com Cordel
Traz saber em abundância
 
Ele que vem da Europa
Direto para o sertão
Do Nordeste Brasileiro
Onde ganhou expressão
Tomou conta do país
Com obras de inspiração
 
Serve bem ao professor
Não só pra Literatura
Cordel vai além dos versos
Da Tradição, da Cultura
No seu bojo cabe tudo
Em saber se configura
 
O Cordel já foi a mídia
Nos tempos lá do passado
Servindo pra informar
No seu folheto narrado
Muitos acontecimentos
Por ele foi registrado

Chamado de ABC
Nas vilas do interior
Nas bibocas do Sertão
Servia de professor
Deixando o povo letrado
O Cordel-educador
 
Hoje usado na escola
Cumprindo a mesma função
Ensinando e divertindo
E levando informação
O Cordel é professor
Nessa nova geração
  
Mas há que esclarecer
Que por puro preconceito
O Cordel não tinha espaço
Nem o devido respeito
Nas letras da Academia
O Cordel não era aceito
 
Nos compêndios manuais
Da escola brasileira
O Cordel não figurava
Como escrita verdadeira
Por ser algo popular
Vista sem classe, grosseira
 
Cordel foi ignorado
Pelo poeta erudito
Por surgir no mei' do povo
O preconceito esquisito
Mentalidade tacanha
No Canon ficou proscrito
 
Nem mesmo o Antônio Cândido
Na sua obra "Formação
Da litera’ brasileira"
Lhe faz a menor menção
Pois não foi canonizada
Não tinha autorização
 
Alfredo Bosi também
Na sua "História concisa
Da litera’ brasileira"
Nem uma nota precisa
Mas a despeito de tudo
O povão a eterniza
 
Salvos Silvio Romero,
Luís da Câmara Cascudo
Entre alguns visionários
De renomado canudo
Deram à lira popular
Algum espaço, contudo
 
O Cordel relatou guerras
Alfabetizou matutos
Foi a imprensa do país
Retratou o povo astuto
Contou histórias de amor
Pelejas do sertão bruto
  
Deu filmes para o cinema
Documentários diversos
"O homem que virou suco"
Surgem desse universo
"Auto da compadecida"
Inspirado texto em verso
 
Despeito da Academia
Sobre tal Literatura
A mais autêntica que há
No seio dessa cultura
Nessa terra brasileira
É da maior estatura
 
Leandro Gomes de Barros
Quando sistematizou
O Cordel Literatura
Quem primeiro publicou
Em folhetos de papel
Bela arte inaugurou
 
Foi esquecido, contudo
De modo proposital
Mesmo tendo produzido
Volume fenomenal
Com inúmeros cordéis
Com temática plural
 
Depois dele muitos outros
Começaram a imprimir
Livretos organizados
Ajudando a construir
A Literatura viva
Que tentaram reprimir
 
Na Academia de Letras
Dos autores Brasileiros
Não há nenhuma cadeira
Nem na parede letreiro
Que se refira ao Cordel
Ou alguém desse celeiro
 
E assim o tempo passa
E o Cordel só resiste
Inovando e renovando
Na Educação persiste
Instrumento de ensino
De real valor consiste
  
Hoje tem Academia
Dedicada ao Cordel
ABLC com insígnia
E registro no papel
E a Universidade
Tem formado Bacharel
 
O IPHAN reconheceu
Patrimônio Cultural
Finalmente o Cordel
Tem o seu lugar formal
É viva Literatura
E orgulho nacional

Na Escola está presente
Limite já não existe
O Cordel tomou o mundo
E na escola resiste
No mundo da Educação
Com os livros coexiste
 
Ao Cordel não há limite
Dada a flexibilidade
Do seu modo narrativo
Sua ficcionalidade
Informativo ou didático
Tem também ludicidade
 
Tem romance, também fábula
Crônica com muito humor
Tem drama e tem comédia
De impressionar doutor
Tem Ciência no Cordel
Do História é transmissor
 
Arievaldo Viana
Deixou seu grande legado
Do Cordel como instrumento
Em um projeto aprovado
Chamado “Acorda Cordel...”
Foi testado e aprovado
 
“...Cordel na Sala de Aula”
Teve alcance e atuação
Fez da Arte instrumento
Para alfabetização
Provando que o Cordel
Tem lugar na Educação
 
Com folhetos a granel
Trazendo a xilogravura
Rima e metrificação
Tem arte nessa feitura
O Cordel na Educação
Em saber se configura
 
E sendo alta cultura
Do orgulho nordestino
Tem expressão no Brasil
Firme, forte e genuíno
E o Cordel na Escola
É instrumento de ensino
 
Sem jamais envelhecer
O Cordel tem seu vigor
Sempre surge um cordelista
Com engenho e com labor
E seu uso na escola
É auxílio ao professor
 
Levar pra sala de aula
O cantador, repentista
Melhor metodologia
Com o Cordel, haja vista
Faz a aula mais perfeita
Um Professor Cordelista.
 
Inamar Coelho, 16/05/2024

 

 

Inamar Santos Coelho, baiano de Euclides da Cunha, Licenciado em Letras pelo Campus XX da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, é servidor público Municipal.  Inamar Coelho é escrevedor de cordéis com textos disponíveis no Blog “Cordelizando na Rede”, no endereço https://escritos-inamar.blogspot.com/ desde 2009, tendo iniciado a paixão pelo cordel na adolescência após o contato nos anos 80 com os textos As proezas de João Grilo e O Apocalipse de Zé Ramalho. Em 2021 ficou com o segundo lugar no Concurso de Cordel ZOORDEL com o tema Animais do Sertão do Céu ao Chão organizado pela Universidade Estadual de Feira de Santana.

 


quarta-feira, 10 de julho de 2024

Cordel sobre Direitos Humanos




Cordel sobre Direitos Humanos


Prezado leitor amigo
De ideais republicanos
Venho falar de um tema
Para desfazer enganos
Ao traçar um painel
Neste singelo Cordel
Sobre os Direitos Humanos
 
Em quarenta e oito o ano
Tem início a trajetória
Proclama as Nações Unidas
Em um momento de glória
Em Assembleia Geral
Declaração Universal
Como ação reparatória
 
Com o avançar da história
Ainda luta a humanidade
Por seus Direitos Humanos
Básicos de igualdade
Numa luta aguerrida
Luta por direito à vida
Segurança e liberdade
 
Na nossa sociedade
Pela Constituição
Vigem Direitos Humanos
Fundamentais de proteção
De justiça e de respeito
No Estado de Direito
A todos sem distinção
 
Direitos Humanos então
Em busca de garantias
Unifica a sociedade
Com fulcro na isonomia
De todos perante a lei
Como o sol, o astro rei
Nasce em luz dia após dia
 
Graças à Democracia
No Brasil vige o Direito
E os Direitos Humanos
Nos garante, com efeito
Status de cidadão
Contra a discriminação
Como básico preceito
  
E contra o vil preconceito
De cor, de religião
Contra arbitrariedades
De qualquer perseguição
Contra o racismo estrutural
Declaração Universal
Nos garante a proteção
 
E nesse diapasão
Lutar por dignidade
Com os Direitos Humanos
Em prol da diversidade
Contra a homofobia
E contra misoginia
Se torna prioridade
 
Na linha da alteridade
Respeitando as diferenças
Direitos humanos garantem
A liberdade de crenças
Formando um grande mosaico
Dentro do Estado Laico
Contra todas desavenças
 
Recorrendo de sentenças
Injustas e arbitrárias
Para garantir defesas
Legais e prioritárias
Para gregos e troianos
São os Direitos humanos
Uma das lutas diárias
 
Existem forças contrárias
Pautadas no elitismo
Contra os Direitos Humanos
Por puro autoritarismo
Quando defendem direitos
Para “humanos direitos”
Promovendo antagonismo
 
Fazendo proselitismo
Por preconceitos insanos
Há quem cria Fakenews
Contra os Direitos Humanos
No Brasil polarizado
Políticos alienados
Em nada republicanos
 
E em todos estes anos
Do Direito Universal
Buscar Direitos Humanos
É mesmo consensual
A luta é uma constante
Que lutemos doravante
Por justiça social
 
Educar é crucial
Sem jamais pisar na bola
Levar Direitos Humanos
Como matéria de escola
Para que cada estudante
Siga alerta e confiante
Com o direito na cachola
 
Nas cadeiras da escola
Que se projeta o futuro
É onde se constroem pontes
Em vez de levantar muros
Lá o saber se produz
É onde se acende a luz
Pra quem vive no escuro
 
Neste tempo obscuro
Ante a polarização
É preciso combater
Tanta desinformação
No nosso cotidiano
Sobre os Direitos Humanos
Na nossa imensa nação
 
E só mesmo a Educação
Nos seus rigores formais
Trazendo esclarecimento
Em suas linhas gerais
Sobre direitos humanos
Pra desfazer os enganos
Pelas redes sociais
 
Que somos todos iguais
Dentro da família humana
Protegidos pela Lei
Pela Carta soberana
Magna Constituição
Cidadã e Cidadão
Da nação republicana
 
Quem compreende se ufana
Pelo seu Direito à vida
À Justiça, à liberdade
Pelo Direito regida
Contra a discriminação
De raça ou religião
Que a luta consolida
 
Igualdade garantida
Direito à propriedade
Liberdade de expressão
Direito de oportunidade
Com os direitos humanos
Sem espaço pra tiranos
Na nossa sociedade
 
Ressalte a laicidade
No Estado de Direito
A dignidade humana
Como causa e efeito
Contra a discriminação
Priorizando a inclusão
Como o cerne do conceito
 
Cada indivíduo é sujeito
Perante a Declaração
Universal dos Direitos
Humanos, nesta nação
Conhecer e respeitar
Aprender e divulgar
É dever do cidadão
 
Necessária convenção
Assegura garantias
Pelos Direitos Humanos
Que garante Isonomia
Ao cidadão brasileiro
No Brasil alvissareiro
Graças à Democracia
 
Termino com euforia
Nestes versos à granel
Sobre os Direitos Humanos
No qual busquei ser fiel
Ao tema e à linguagem
Pra deixar esta mensagem
Em formato de cordel.

Inamar Coelho, 22/06/2024


sexta-feira, 21 de junho de 2024

É São João de araque!

 


Cresci vendo a noite de São João com muito forró pé de serra, milho assado, bombas e bandeirolas. Ficávamos no Bairro Dengo nas fogueiras assando milho e soltando bombas, enquanto nas radiolas tocavam sempre Luiz Gonzaga e forrós de pé de bode. Todos tínhamos padrinos e madrinhas de fogueira. Licor, batida de maracujá, cachaça, eram coisas  restritas aos adultos que dançavam dentro de casa ou no terreiro, longe dos adolescentes. Neste tempo ainda tinha balão. No dia anterior cortávamos palhas verdes de licurizeiro no pé da serra e também recolhíamos lenha para fogueiras. Nas fogueiras maiores e mais movimentadas colocávamos no meio um árvore repleta de doces pendurados, até refrigerantes, cachaça, goiabada, saco de pipoca e outras guloseimas. Ficavámos esperando queimar para o tronco cair e a gente pegar os prêmios. Só depois, descíamos para a praça do jardim onde era feito o arraiá do Cumbe e na Rui Barbosa  ficavam as barracas de comidas e bebidas ornamentadas com palhas de licurizeiro. Issó é só memória.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Apocalipse no São João



 Menos é mais. Forró só precisa de traingulo, zabumba e sanfona. Quadrilha só precisa de vestido de chita, laço de fita, sandalia de arrasto, um passo de xaxado e nada mais. A riqueza da Tradição está na simplicidade. A cada ano que passa a cultura nordestina se afasta do seu centro rumo à Broadwai, sem Oscar...

sábado, 15 de junho de 2024

Viva o Nativu's do Cumbe!


 

Camarote dos amostradinhos


O arraiá do Cumbe tem virado um espaço gourmetizado ao gosto da classe que tem mais dinheito e não economiza quando o assunto é se diferenciar do povão. Já não basta ter uma festa com artistas que nada tem a ver com a tradição do forró, cuja culminância deveria ser nos arraiás, agora o terreiro onde o povo se irmana na cultura nordestina tem camarote. O São João hoje é memória.



Respeitem o Nordeste!


 Um desqualificado da esxtrema direita bolsonarista que a ignorância elegeu deputado veio à Bahia comparar nordestinos à galinhas por serem beneficiários de programas socias e por isso votarem el Lula.

sábado, 8 de junho de 2024

São João sabotado





Os artistas de forró esperam o ano inteiro para tertem a oportunidade de um espaçoa para apresentar nossa cultura regional no São João, mesmo recebendo a mixaria de sempre. O prazer e a defeza da tradição falam mais alto que os ganhos que jamais tiveram. Quando o poder público paga 800,00 para um forrozerio e 800.000,00 par aum artista de outras culturas, temos ai um "quid pro quo"que em resumo, neste caso, significa em uma substituição grosseira de uma cultura por outra. A população alienada da própria cultura e tradição não se constrange em expressar seu "Oh" de satisfação e deslumbramento quando q grade de atrações por todo o Nordeste é o "ó do borogodó", para quem entende de defende a tradição e acultura do forró, um desserviço, um insulto. Confusão criada pelo equívoco.

domingo, 5 de maio de 2024

Madonna é um furacão!


 Não resisti. Após ver a purificação feita por Madonna à camisa da seleção e à bandeira brasileira na noite de ontem e a repercussão nas redes no dia de hoje, registrei. As cores verde e amarela antes sequestradas por extremistas fanáticos agora no corpo da rainha da liberdade. Madonna devolvendo só brasileiro o ícone da nação plural, diversa, feliz, festeira, progressista.

sábado, 27 de abril de 2024

Pedro Sertanejo


 Ontem foi o aniversário de Pedro Sertanejo que se estivesse entre nós completaria 97 anos. O euclidense Pedro de Almeida e Silva foi o criador do forró no sudeste e foi o grande ativista da cultura nordestina por toda a sua vida. Pedro Sertanejo fez mais pelo forró do que qualquer outro. Foi produtor, divulgador, inspirador e um grande artista, deixando uma obra vasta e de altíssima qualidade. Pedro Sertanejo é um ícone da tradição nordestina que merece todas as homenagens e nossa admiração e respeito.

domingo, 31 de março de 2024

Ditadura nunca mais!


 Em 31 de março de 1964 o Brasil entrava no período mais tenebroso da nossa história recente. É preciso relembrar essa data para que as próximas gerações não sejam cooptadas por golpistas saudosistas da infame ditadura que perdurou por 20 anos.

sábado, 16 de março de 2024

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Aymeê e os fariseus


 

A cantora gospel parense Aymeê Rocha viralizou após cantar "Evangelho de Fariseus", música autoral que faz um alerta sobre o que algumas igrejas e pastores estão fazendo do evangelho, deturpando os ensinamentos de Jesus Cristo. A apresentação aconteceu durante a semifinal do programa Dom Reality.

Curiosamente, o verso que fala sobre o Marajó foi usado por oportunistas para trazer de volta as fakenews da época do governo passado.

Persona non grata


O presidente Lula foi declarado Persona non grata por Israel após questionar o massacre de Gaza em comparação ao que fez Hitler com os judeus. Disse Lula:

“O que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Aos Poetas maluvidos


 

Este texto surgiu após ler um cordel de um colega de universo do cordel em um grupo de whats zap, ter elogiado como "perfeito", principalmente pela mensagem contida, e ver que outro colega criticou sobre algum deslize da métrica. Tenho consciência de que a Literatura de Cordel tem padrões rígidos de métrica, de rima, de versos, de estrofes etc, mas isso não pode ser determinante na produção de quem, como eu, apenas é amante dessa arte. A excelência na escrita não deve ser a meta, pois até os grandes cordelistas já derraparam em algum momento. Respeito quem persegue a excelência, mas enquanto isso escrevo...

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Míngua da Filosofia


 A humanidade anda em círculo e neste momento estamos chegando no tempo pré Filosofia, resta saber se haverá sobreviventes até a idade média...

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Majestade o professor (chico de Oliveira)




 Em um concurso com 100 inscritos o nosso artista da terra, Chico de Oliveira vence o segundo lugar do Alafest em Alagoas nos dis 19 e 20/01/2024 com uma linda homenagem a todos os professores do Brasil: "Majestade o professor" ficou em segundo lugar entre 20 finalistas e isso é motivo de orgulho para toda Euclides da Cunha e região.