quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Três vezes Canudos

 
Três vezes Canudos
 
A primeira Canudos conhecida
Era velha fazenda abandonada
Pela seca, duramente castigada
Reduto de população sofrida...
O sol, sobre a caatinga retorcida
No vale protegido pela serra
Afastava o Brasil daquela terra
Que vivia do divino provimento
Não sabiam naquele aldeamento
Do destino que viria com a guerra
 
Belo Monte, utopia construída
Pelo engenho do Santo Conselheiro
Comuna do beato alvissareiro
Com a massa camponesa reunida...
Quimera sertaneja destruída
Quando ainda no seu alvorecer
Pela ira dos donos do poder
A guerra sobre o fausto vilarejo
O Brasil massacrou o sertanejo
Que lutou até o fim sem se render
 
A segunda Canudos foi erguida
Pela força dos seus sobreviventes
Sertanejo se reúne novamente
Dos escombros, a cidade é erigida
Como a Fênix das cinzas, ressurgida
Para ser em seguida aniquilada
Dessa vez a cidade é condenada
Pelas águas, submersa num açude
A utopia embargada amiúde
Novamente destruída, inundada
 
A terceira Canudos sobrevive
No lugar onde foi Cocorobó
O sonho que era rijo se fez pó
Embora a memória o reative...
Lá erguido pelo sonho, inclusive,
De Canudos, um grande Memorial
Que transforma o Belo Monte imortal
Utopia se renova e resiste
Nesse grande país que ainda insiste
Em manter o modelo desigual
 
Conhecer o passado é importante
Para compreender nosso presente
Projetar um futuro diferente
Quando ainda a miséria é flagrante...
Belo Monte um exemplo retumbante:
Um povo massacrado pela guerra
Quando apenas lutava pela terra
Perseguido no direito de existir
No Brasil só nos resta resistir
Na guerra sem fim que não se encerra.
 

Inamar Coelho, 24/02/2021

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Homenagem a Edmundo Esteves

 




Homenagem ao grande músico euclidense, Edmundo Esteves de Abreu, que tenho na memória o som do seu bandolim nos fins de tarde da minha adolescência. Imagens do Museu do Cumbe.
O primeiro trio elétrico de Euclides da Cunha, The Lunik Som!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Canto a Euclides da Cunha



 



Canto a Euclides da Cunha
 
Vou mostrar pra vocês minha cidade
Grande Euclides da Cunha tão falada
Uma terra por Deus abençoada
No sertão não encontra paridade
Por aqui tem artista em quantidade
Sanfoneiros, musicistas e poetas
E provém da juventude inquieta
O teatro que se faz na região
A cidade é assim um caldeirão
Decantar tudo isso é uma meta
 
Na cidade tem erguido monumento
A estátua de um homem de valor
De Euclides da Cunha o Escritor
Que deixou publicado um documento
Registrou em seu livro o grande evento
A Guerra de Canudos afamada
N’Os Sertões a história foi contada
Revelando aquele crime para o mundo
Tenho orgulho e por isso não confundo
Essa história não será ignorada
 
E nascendo José Aras Nessa terra
Um homem do sertão em sua glória
Em seus versos recontou nossa história
E em prosa documentou a nossa guerra
E quem lê os seus escritos nunca erra
Grande exemplo é o hino da cidade
Na autoria demonstrou habilidade
Sua letra uma obra genial
Jose Aras personagem principal
Pra contar essa história de verdade
 
 
E tem Pedro Sertanejo o baluarte
Da cultura sertaneja no Sudeste
Ao levar o forró que é do Nordeste
Fez valer no país a nossa arte
O forró que é nosso estandarte
O famoso conhecido pé-de-serra
Tendo Pedro nascido nessa terra
Com Cezário, Rato Branco e Guidô
Raimundo Belo e o famoso Zé Popô
Essa arte por aqui jamais se encerra
 
Ressaltando o poeta Morenito
Cordelista de renome no sertão
Seus cordéis no tempo de eleição
Acirrava o debate e o conflito
Conjugava o popular e o erudito
Sua fama nessa terra é notória
No museu do Cumbe tem memória
Desde o Trio Elétrico de Edmundo
Nossa cidade é sim a melhor do mundo
Por seu povo, sua arte e sua história
 
A cidade assim bem representada
Para muitos um oásis no sertão
Com a bênção da Senhora Conceição
Padroeira Nossa Mãe Imaculada
Toda gente chega aqui admirada
Da alegria dessa massa hospitaleira
Do molejo das quadrilhas forrozeiras
Quem passou por aqui é testemunha
Do valor que tem Euclides da Cunha
E o quanto essa cidade é de primeira.
 
Inamar Coelho, 06/02/2021