quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Homenagem à minha turma de Letras 2004 - 2008

Homenagem à turma de letras 2004

Caro leitor amigo
Quero agora registrar
Tudo o que então consigo,
Sem tanto esforço, lembrar.
Do tempo da faculdade
Com muita felicidade
Das amizades que fiz.
De todos falo um tantinho
Cada um do seu jeitinho.
Fui lá feliz por um triz.

Foi no Campus Vinte e Dois
Que passamos quatro anos.
A saudade só depois
Foi quando nos separamos.
Até o último dia
O clima de euforia,
Para logo terminar;
Sufoco do TCC
Nos levou a esquecer
Que íamos nos separar.

Começo por Anastácio,
O "polícia" de Araci:
Cara de sorriso fácil,
Contagiante e feliz.
O riso ele garantia,
À chamada respondia
Present, em inglês.
A professora irritada
E a turma ouriçada
Com a piada da vez.

O mais politizado,
Gledson, de Tucano.
Do Jorro, tô desculpado
Por esse tão grande engano:
"O mais belo travesti",
Nem na TV nunca vi,
Ao lado de Anastácio,
As pernas mais torneadas
Maquilagem caprichada:
"Na turma comédia fácil.

Nikátia, Bárbie do sertão
Pra Gledson perdeu o posto
Vindo lá de cansanção
Ficou com certo desgosto.
Quando o poeta Fernando,
Ao ver Gledson desfilando
Não te fez mais seus poemas.
Mesmo ela inteligente
Bela, e muito competente,
Preferiu aquela ema.

A Heide jogando duro
Dando uma de mulata.
Nunca passou por apuro
Isso qualquer um relata.
Os rapazes de plantão
Ficaram com o queixo no chão
Com a curvas da doidinha:
Parecia um tornado
Com aquele rebolado:
A globeleza todinha.

Fernando nosso poeta
Fez versos apimentados.
Sem deixar a Nik quieta,
Deixou Gled aperreado.
O Anderson Enquanto isso
Com seu grande reboliço
Paquerando a mulherada.
Solteira ou comprometida
Dava sua investida
Não dispensando nada.

E o Fábio "queimadense"?
Garoto batalhador.
Sobretudo inteligente
No time se destacou.
Em cada apresentação
Logo vinha o bordão:
“Queimadense”, e o riso.
Lá ninguém compreendia
O que aquilo dizia:
E eu é que não digo.

Iara na oratória
Fazia o verbo valer.
Segura e sempre notória
Apresentava sem ler.
Junto a doce Raquel
Teoria no papel
Valendo a experiência.
Trazendo do cotidiano
Fatos e exemplificando:
Oradoras de excelência.

Bagno para Gynvaldo
Era o papa da Lingüística.
Pasquale dava respaldo
Para Jefferson, o purista.
E a briga entre os dois
Não ficava pra depois
Era sempre acirrada.
Mas no fim uma trégua,
Fecha a conta passa a régua.
Oh! sala boa danada!.

Karla da “fashion-week”
Tirava toda atenção.
Morena bela, "sibite"
Mas de grande coração.
Raquel, Izeuda e Lorena
Mereciam um poema
Por tanta amabilidade.
E Gilsilene também
Não quero esquecer ninguém.
Estão todos na saudade.

Bérgson grande pessoa
No comecinho de tudo
Sua presença, na boa
Deixou um espaço absurdo.
A voz de Carlos no poema...
A falta é sempre uma pena,
Patrícia nos cativou;
Evelin, Jamile e Marcelo.
Mas não quebramos o elo
A amizade perdurou.

Soninha passou por lá
E deixou sua presença.
Seu jeitinho de falar
E sua bondade imensa.
Ficou por lá pouco tempo
Mas não esqueço o momento
Quando eu apresentava,
Um daqueles seminários
De estudos literários,
Notei que alguém me escutava.

Marcelo passou por lá
Com toda sua polêmica.
Quis até questionar
O pessoal da acadêmica.
Um dia com Cezarela
Quase teve uma querela
Mas depois tudo acalmou.
Estávamos pra discutir
Aprender é isso aí
Cada um com seu valor.

Logo chegam caras novas
Nos lugares que vagou.
Logo tudo se renova
Outra amizade iniciou.
Acácia, pequena notável.
Orestes, pessoa amável.
Verônica veio pra ficar.
O time estava completo
Nosso jardim repleto
E jornada pra trilhar.

Rosana e Mary formavam
Exemplo de parceria.
Desde o início laboraram
Também Daniela e Maria.
Letícia e Ana Paula
Juntas em toda a aula,
Como Telma e Juliana.
Ana Karine e Eridan
Ontem hoje e amanhã
Nunca se apague a chama.

Eloína de Monte Santo 
Heroína e guerreira.
Sossegada no seu canto
Em cultura era a primeira.
Sobre tudo do sertão,
Conselheiro e Lampião:
Ela tinha o seu papel.
Prezo sua lealdade
E entre outras verdades
Me apresentou o Cordel.

De pavio curto, Viviane
E Gisa tão companheira
Doçura de Oliviane
E Zilda sempre faceira.
Nossa sala heterogênea.
Diferentes almas gêmeas
Como Ilza e Inamar,
Sempre juntos, até na lista,
Que essa amizade resista
Até a vida cessar.

Railda colega nossa 
Inseparável de Gisa.
Na alegria ou na fossa
Duvidar ninguém precisa.
Acácia também fez parte
O grupo “fazia arte”
Com nosso “burguês” Fernando.
Cada um falava mais
Nenhum ficava atrás
E o tempo ia acabando.

Telma, a nossa fidalga
Também falava bonito.
Ela só tinha uma mágoa:
O tempo era restrito.
Era sempre companheira
Cativou a turma inteira
Com seu sorriso leal.
Anastácio a cutucava:
De fidalga a chamava
Mas nada de todo mal.

Lucivone, a galega
Que no fim ficou morena.
Falar de todos não chega
Grande Jú, nossa pequena.
Tinha a verônica do mel
E a doce Benta do céu,
Sempre com naturalidade.
Todas compondo o elenco
Personagens do bom tempo
Tivemos na faculdade.

Ana Karine guerreira
Com Eridan, fiel dupla,
Sempre ali companheira
Estudou jornada dupla.
Bruno e Renata quietos
Donos do aplauso certo
Quando falavam na frente.
Como Benta e Acácia
E a Ilza da farmácia:
Eram a alegria da gente.

Dos mais tímidos vou falar
Não podemos esquecer
Jamile, Zilda e Mariá,
Na hora do vamos ver:
Tremor e esquecimento
Sem nenhum cabimento
Se éramos uma família.
Com cada um a seu jeito
Com educação e respeito.
Foi tudo uma maravilha.

Nossa Aparecida Rosa;
E Karla, índia, morena;
A Nikátia cor de rosa;
E os olhos de Lorena;
De Renata o sorriso;
Nada mais era preciso
Para a aula começar.
O Jefferson sempre sério
A Railda, “fala sério!”
Uma trupe de lascar.

Raquel na Filosofia;
Jefferson na Gramática;
Ilza na diplomacia;
Lorena na Didática;
Em Bagno, Gyn do grego
Cada um com seu enredo
Cerimônia não fazia.
De Paulo Freire a Freud
Lá, quase ninguém de bode
E nem cadeira vazia.

E Mônica? sempre no fim
Da segunda aula chegava
E ainda achava ruim
(risos) se alguém comentava.
Mas muito boa pessoa
Sempre de riso à toa
E pronta pro que viesse:
Pra prova já começada
Pra aula já iniciada:
Dessa ninguém esquece.

Amigo vou te contar
Não quis esquecer ninguém.
De quem passou por lá
Ganhou o meu querer bem.
Claro que do meu jeito
Sei que não sou perfeito
E não quero me iludir.
Há quem diga e garante
Que fui chato e irritante:
Perdão venho pedir.

Por tantas pedras passamos
Pelo meio do caminho.
Desde quando lá chegamos,
Acompanhados, sozinhos.
E nessas linhas te digo
Também fizemos amigos
E aquela fase vencemos.
Agora ficou a saudade
Junta à felicidade
Por tudo o quanto vivemos.

Não vou deixar de falar
Dos professores da gente,
Que vieram pra ficar
Ou que foram de repente.
Cada um deixou saudade
Não é nenhuma inverdade:
E serão sempre lembrados,
Se por pontos positivos
Ou por pontos negativos
É certo: fomos marcados

Por Andréa vou começar
Essa ficou pouco tempo
Mas bastou para deixar
Saudade e bom sentimento.
Com seu jeito carinhoso
E seu saber primoroso
Nos recebeu cordial.
Nos falou da literatura
Provando sua cultura
Ela foi sensacional.

Depois Leandro chegou
E nos trouxe o senso crítico.
Quem soube e aproveitou
Tem ele como um ser mítico.
Sua maneira de falar
O seu modo de pensar
Era tudo natural?
Mestre da Filosofia
Do seu jeito ele fazia
A gente cair na real.

Também a doce Patrícia
Pessoa distinta e amável.
Se tinha alguma malícia
Não era algo notável:
Sempre uma palavra amiga
E não conheço quem diga
Que não gostasse dela
Ao lado de Luiz Paulo
Parceria de respaldo
Boa professora ela.

Professor Nelson, de inglês
Na língua do norte, sem par
Fluente, e digo a vocês
Lá não tinha bla, blá, bla.
Houve desentendimentos
São naturais tais eventos
Entre pessoas normais.
O bom é que tudo passou
Nenhuma mágoa ficou
Só saudade, nada mais.

Um dia com Adriano
Houve um pega-pra-capá.
Gyvaldo, acho, zombando
Quase ia se lascar:
De Castro Alves fez pouco,
O professor ficou louco
Em defesa do poeta.
Ginvaldo arrependido
Se disse mal compreendido,
Mas daquilo nada resta.

Jonatas da literatura
Entre nós marca deixou
Do negro trouxe a cultura,
Sua arte e seu valor
E quando chegou Edivaldo
Com todo seu legado
A plantinha já crescia.
Com ele ficou mais forte.
Nossa base tomou norte:
Edivaldo é sabedoria.

Orlando outra pessoa
Que merece nosso apreço.
É o cara numa boa
Sua cultura não tem preço.
Curte patativa e rock,
Futebol e cultura pop,
Mestre em literatura.
Sabe tudo de nordeste
Por isso é cabra da peste,
Sem fazer conjetura..

Suani mulher valente
Espírito forte e evoluído
Sempre um passo à frente
E trabalho concluído.
Fonética e Fonologia
Lingüística e Filosofia
Quase tudo ela domina
Gosta de tudo certinho
Pra todos tem um tempinho.
Sempre bela e feminina.

Geysa, Edson e Carneiro
Esquecer vocês não posso
Trio estágio, verdadeiro,
Por isso o diploma é nosso.
Também Cleide, Cezarela,
Edna, não esqueci dela,
Deixaram sua pegada,
Márcia mora em nosso peito
Cada uma do seu jeito,
Nessa nossa caminhada.

Fabrício deixou saudade
Com sua aula grandiosa.
Um furacão de verdade
E uma mente valiosa:
Jogou duro no Latim,
Em Gramática, enfim,
Deixou marca registrada.
Lá todos o admiravam
Os espertos o imitavam
Tendo a prática renovada.

Ivete com paciência
Tudo em ordem mantendo.
Luiz Paulo com eloqüência
Mesmo de longe, provendo,
Ao lado de Valentim.
Campus XXII, enfim,
Virou nossa referência.
Foi um tempo de labuta,
Sertanejo não foge à luta:
Tudo em nome da ciência.

Na Xerox o Valmir
Cara legal e eficiente
Sempre pronto a servir
Tanta cópia a tanta gente
Mas depois Lenilton veio
Ele sempre achava um meio
De contar uma piada
Dos causos de Monte Santo
Quijingue, de todo canto
Sempre uma presepada

E não podemos negar:
Lá fomos bem recebidos.
Também saímos de lá
Muito mais instruídos.
Marta sempre amável
Duda sempre amigável
A biblioteca aberta.
Paulo, Mônica ou Alexandre
Na boa vontade grande
E Adelmo sempre alerta.

Se alguém não aprovar
Tudo que digo aqui.
Tenho que me conformar
Mas não posso desistir.
É preciso registrar
Para nunca se apagar
Tudo o que de bom vivemos.
Então esqueçamos as mágoas
Banhemo-nos em novas águas:
Morrendo a memória, morremos

Já está bem redundante
Tanta estrofe e tantos versos.
É que a saudade é grande
E pouca arte, confesso.
Grande abraço a cada um
Perdão se esqueci algum,
Não era minha intenção.
O que quero mesmo é gravar
Para sempre eternizar
A nossa graduação.

Vou ficando por aqui
Porém com muita saudade.
A todos que conheci,
Cada um com sua verdade,
Deixo minha reverência,
Não com muita excelência
Por ser só um amador.
Mas nestas linhas eu tento
Deixar agradecimento
E apreço, sem rancor.

Inamar Coelho (24/02/2009)