domingo, 29 de agosto de 2021

Manancial de cultura do Cumbe


 

Menos fuzil, mais feijão

 


Manancial de cultura do Cumbe

 




Manancial de cultura do Cumbe
 
Na cultura ancestral
Que povoa o imaginário
Dos nativos desse Cumbe
De seu passado lendário
De luta e sobrevivência
Alimenta a consciência
Registrar é necessário
 
Aqui foi palco e cenário
D’uma guerra no sertão
O massacre de Canudos
Que ecoou na nação
Pela força e crueldade
Revelando a heroicidade
De quem nasceu nesse chão
 
O vencido tem a versão
Relatos da oralidade
Registrados na memória
Cada lado sua verdade
De quem lutou bravamente
Sertanejo combatente
Forma nossa identidade
 
O Cumbe virou cidade
E em flor desabrochou
Com ares cosmopolita
Mas jamais se afastou
Da cultura e tradição
Com histórias do sertão
O lugar se desenhou
 
Essa saga começou
Com os índios Caimbés
No tempo dos jesuítas
Que depois formou tripé
Com negros e sertanejos
Tem início o vilarejo
Com a bandeira da fé
 
No tempo do coroné
Surge Antônio Conselheiro
Em pouco tempo uma guerra
Abalou sertão inteiro
Registra a literatura
Massacre que emoldura
Nosso chão nosso terreiro
 
E sempre teve um cruzeiro
E igrejas construídas
Muita fé e devoção
Como ponto de partida
Neste chão a cristandade
É fator de identidade
Que no sertão consolida
 
Mas também é percebida
A cultura ancestral
Orixás e encantados
Tem lugar especial
Relatos da oralidade
No campo e na cidade
Um caldeirão cultural
 
Desse meu Cumbe plural
Tem muito a se registrar
Zumbi-do-mato e Luserna
Serpente em Massacará
Dos caboclos-cachimbeiros
Pretos-velhos mensageiros
De um passado secular
 
‘Inda cabe acrescentar
Histórias do Berrador
Causos de lobisomem
De encosto obsessor
Relatos sobre visagem
Em histórias de coragem
De vaqueiros de valor
 
Bem antes do sol se por
O caçador pelo mato
Teme o Zumbi-da-Caatinga
Seu assobio e exato
Os mais antigos que contam
Os registros que remontam
Em preciosos relatos
 
Se verdade ou se boato
São muitos os que ouviram
O assobio do Zumbi
À história transmitiram
Como também Caipora
Que até hoje vigora
E que muitos se admiram
 
Outros casos existiram
Que pairam no esquecimento
Para agradar caipora
Tinham que ter provimento
Sempre um pedaço de fumo
Para não perder o rumo
E evitar o tormento
 
São muitos depoimentos
Sobre o Bicho-berrador
Do qual se ouvia o berro
Um rugido aterrador
Pela noite de sertão
Na serra ou no paredão
Em causos de caçador
 
Tem registros de horror
Por todo esse sertão
Filho que bateu a mãe
Um vivente sem perdão
Em noite de lua cheia
Em lobisomem vagueia
Cumprindo a maldição
 
A temida aberração
Depois de se recompor
Volta a vida social
Sobra suspeita e rumor
Descoberto o “vira-bicho”
Gera o maior buchicho
E não falta delator...
 
Estudante e professor
Tem vasto material
Nas estórias desse Cumbe
Vivas na zona rural
Embora alguns ignore
Temos cultura e folclore
Em grande manancial.
 
Inamar Coelho, 29/08/2021

sábado, 14 de agosto de 2021

Live "Cordel na Rede"

 

Textinho para registrar a live realizada no dia 13/08/2021 sobre o cordel na rede, com Orlando Freire Jr, Felipe Serpa e Inamar Coelho.

Uma lenda secular


 Uma lenda da idade média que povoa o imaginário do povo em muitas partes do mundo resiste aqui no Cumbe. A lenda diz que a cabeça da serpente está embaixo da igreja construída pelos jesuítas em 1614 e o corpo está embaixo da aldeia até uma capela no final da rua velha como é chamada.

Dia de Santa Dulce


 

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Cantando minha cidade

 


Cantando minha cidade
 
Ao cantar minha cidade
Lugar do meu coração
Peço à lua sentimento
Peço ao sol inspiração
Para transpor no papel
N’alguns versos de cordel
Merecida louvação
 
Aconchego do sertão
Clima de felicidade
Quem chega aqui se encanta
Com tanta tranquilidade
Na linda Euclides da Cunha
Quem conhece é testemunha
Do valor dessa cidade
 
Motivo de vaidade
Ter nascido nessa terra
Que antes chamada Cumbe
Quem chama Cumbe não erra
Por respeito sobretudo
Nestes Sertões de Canudos
A história da grande guerra
 
Emoldurada por serras
O sol é o mais brilhante
No céu araras azuis
Arte e cultura abundante
formando um grande celeiro
Com seu povo hospitaleiro
Pois quem conhece garante
 
Nosso forró é vibrante
Tem cultura e tradição
Sendo Pedro Sertanejo
Nosso maior bastião
Do Cumbe para o Sudeste
Representou o Nordeste
Tendo o forró por missão
 
Floresce nesse rincão
Poesia que fascina
Tem grande força o Teatro
Lindas quadrilhas juninas
Dezenas de sanfoneiros
O forró do ano inteiro
No mês de junho culmina
 
Da providência divina
Terra tem fertilidade
Tudo que se planta dá
Em rica variedade
Legume, fruta e verdura
Todo inverno traz fartura
Do campo para cidade
 
Pra nossa felicidade
O nosso comércio é forte
Nossa feira é variada
Nossa gente é que tem sorte
Temos água cristalina
Que o sertanejo fascina
Leste, oeste, sul e norte
 
Não precisa passaporte
Bastando apenas chegar
A nossa Euclides da Cunha
É perfeita pra morar
Violência é raridade
Impera a tranquilidade
Orgulho desse lugar
 
Nesse cordel quis cantar
Apresentar a cidade
E fazer cartão postal
Com toda simplicidade
Visite Euclides da Cunha
E venha ser testemunha
Se o que digo é verdade.
 
Inamar Coelho, 06/08/2021