domingo, 30 de setembro de 2018

Desafio de Cordel - Sobre preconceito.

A proposta é que cada um possa construir uma estrofe seguindo o mote, a quantidade de versos, as sílabas métricas e sem fugir do tema.

Em cada estrofe nova enviar junto o nome do autor. 

Mãos á obra.

Modelo de versos decassílabos para um martelo agalopado

1  / 2   / 3 / 4 /5 /6 / 7  / 8  / 9 / 10 / -

O /Bra/sil /é /u/ma/ na/ção/ i/men/sa


Mote:
Dá tristeza um país tão dividido
Vamos já dizer não ao preconceito.


Glosa:

O Brasil é uma nação imensa
Nossa gente é formada da mistura
Nossa vida um caldeirão de cultura
Nossa força está bem na diferença
É preciso acabar com a desavença
Exigindo de todos o respeito
Liberdade de "ser" é um direito
Pela lei é descrito e garantido
Dá tristeza um país tão dividido
Vamos já! dizer não ao preconceito. (Inamar Coelho)

deixem suas contribuições nos comentários e vamos construir nosso cordel coletivo.

domingo, 23 de setembro de 2018

Aos Colegas da Especialização em Ensino de Sociologia no Ensino Médio – UFBA 2017/2018


Aos Colegas da Especialização em Ensino de Sociologia no Ensino Médio – UFBA 2017/2018

Caros colegas de luta
De estudo e de labor
Nessa especialização
Que cursamos com louvor
Chegada a reta final
Nada é mais natural
Q’um cordel despedidor

O tempo passou depressa
Entre fóruns e leituras
Entre provas e debates
O que fica na moldura
É mesmo o dever cumprido
O saber adquirido
E essa nostalgia pura

De cada colega fica
Um pedacinho na mente
Em cada participação
Exaltada ou docemente
Marcou e ficou marcado
Mesmo ficando calado
Atuou ativamente

Não posso falar de todos
Não sendo então contrassenso
É pra não ficar maçante
Em um cordelzão imenso
Quem eu não mencionar
Queira assim me perdoar
É pra não ficar extenso

Eu vou começar por Bruno
O Bruno de Maceté
Engajado e militante
Na palavra e no tripé
Sua arte é sua lente
Sua musa é sua gente
E o Fogo é sua fé

Wellington é o professor
Que faz o aluno ver
Que a escola é o caminho
Que a luta é pra valer
Cada participação
Com muita convicção
E prazer em debater

Jonatha com Luziara
Esforço e dedicação
Contribuindo deveras
Em cada participação
Tão jovens e empenhados
Atentos e engajados
Sempre prontos pra ação

Douglas sempre "pontual"
Mas sempre contribuindo
Luciana sua parceira
À dupla acudindo
E foi desde as primícias
Trazendo suas delícias
E a todos nós nutrindo

Marivaldo sempre alerta
Fundamentando o saber
Junto a Antônio Carlos
Uma dupla pra valer
Comigo e com Jardan
No sábado de manhã
Só Vera pra nos deter

Às vezes Bruno entrava
No grupo da atividade
E Wellington também
Aí digo sem maldade
Só Vera pra acelerar
Vendo todos terminar
E a gente na metade

Era um debate intenso
Quase que interminável
Cada um com seu saber
E cada qual mais notável
Teoria e experiência
Sociologia é ciência
Isso é incontestável

E Rosa tão sapiente
Participação vital
Contribuindo sempre
Tão doce e maternal
Presente na sua fala
Experiência de sala
E da Ciência Social

Elaine conheço bem
Sempre muito esforçada
Participando do grupo
Muito bem adaptada
Mesmo com tanto afazer
Trabalho estudo e bebê
Não abandona a estrada

Seu grupo é bem seleto
Com Thais, Magna, Ivone
Socorro também Jailson
Não posso esquecer um nome
Juntos buscam o saber
Se esforçado pra valer
É um grupo de renome

Como é o de Camilo
Com empenho e união
Com Ayla e Jailma
Experiência e ação
Seus relatos e vivências
Nos dando a ciência
Da crise na educação

Fábio é outra figura
Que preciso mencionar
Conhecimento na área
É bom pra equilibrar
Ele junto com Rosa
Bom debate boa prosa
E Adalgisa, é bom lembrar

Karina também presente
Com Wagner de Monte Santo
Michele outra colega
Presente o tanto quanto
E todos contribuindo
O objetivo atingindo
Missão cumprida, garanto

Adriana e Conceição
Regiane e Edicléia
Todas com todo empenho
Nessa nossa epopeia
Estudo labor e vida
Família sonhos e lida
Só quem passa faz ideia

Também Maria do Carmo
Pessoa especial
Superando a distância
Numa labuta real
Todo esforço só revela
O tamanho da novela
Do saber oficial

Girleide e Lucidalva
Com Wilker e Vicente
Com Marcela e Diego
Nossa turma é muita gente
Ana Paula e Maíra
Nesse tempo que expira
Recebemos a semente

Janete sempre pronta
Maria José do seu lado
Desistindo da viagem
Deixaram seu recado
E cada um do seu jeito
Faz o momento perfeito
Por isso será lembrado

Foi Gabriel Swahili
O primeiro a plantar
Foi com Vera adubando
Que Nancy veio ajudar
Com Eliane Boa Morte
É certo tivemos sorte
Na memória vão ficar

Vera Rocha sempre  incrível
Tutora por excelência
Sempre foi nosso farol
Doçura e competência
Mediou e elucidou
Nesse curso que findou
É a nossa referência

A UFBA concretizou
Mediante a U.A.B.
O sonho de cada um
Promovendo o saber
Ensinou Sociologia
Enquanto metodologia
Por meio da E.a.D.

Agora o Ensino  Médio
Será privilegiado
Professores competentes
Nessa área afiados
Discutir sociedade
Com mais naturalidade
Pois estamos preparados

Promover o estranhamento
E desnaturalizar
Os problemas sociais
Aqui, ali, acolá
Mostrando os outros lados
Demolir o fato dado
Fazendo o aluno pensar

Mesmo em tempos de crise
Com reforma em andamento
Com os cortes de recursos
Com reprise no momento
Sociologia é Ciência
Mesmo na intermitência
O saber é nosso alento

Vou ficando por aqui
Talvez esquecendo alguém
Uns ficaram no caminho
Outros aguentaram bem
Em tudo fica a certeza
O curso: uma riqueza
A todos: os parabéns.

Inamar Coelho, 23/09/2018

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

O meu voto com certeza é do Haddad





O meu voto com certeza é do Haddad

Eleição em outubro tá chegando
Finalmente é a hora da verdade
E o homem do campo e da cidade
Precisa então ir se preparando
E na história ir se orientando
Sem perder a nossa fidelidade
Garantindo de Lula a vontade
Pensando no presente e no futuro
Por ele vou com fé e vou seguro
O meu voto com certeza é do Haddad

Não deixando Lula ser presidente
Nesse mundo prolifera a maldade
Justamente por sua capacidade
E tudo o quanto fez por toda gente
Por isso refletir se faz urgente
Nessa luta por nossa liberdade
Sem perder de vista a alteridade
A despeito da justiça partidária
Insultando a elite adversária
O meu voto com certeza é do Haddad

O governo Lula foi aprovado
É inegável a sua capacidade
O pobre foi sua prioridade
Por isso pelo povo é amado
A justiça que o tem condenado
Apenas concedeu publicidade
Ao seu nome rendeu vitalidade
Desse modo o brasileiro se agita
E em coro de norte a sul ele grita
O meu voto com certeza é do Haddad

Com um golpe tentaram apagar
Trazendo ao país temeridade
Para o mundo foi uma atrocidade
Algo que é preciso revogar
Por isso a única arma é votar
E pra mudar essa barbaridade
Só Lula ou sua continuidade
E ele indicando o seu amigo
É por isso que para todos eu digo
O meu voto com certeza é do Haddad

O nordeste define a eleição
Ao sudeste sempre fez rivalidade
Nosso povo com sua simplicidade
Sempre foi excluído da nação
Mas agora é enorme a comoção
Por conta dessa grande crueldade
Privar lula de sua liberdade
Impedindo o povo de ser feliz
É por isso que o meu coração diz
O meu voto com certeza é do Haddad

Quem vencer a eleição é derrotado
Pois com Lula não teria paridade
E aquele, cuja toda insanidade
Certamente já teria abdicado
Nosso povo está muito revoltado
Mas é hora de buscarmos sanidade
Escolhendo conforme um legado
De emprego, de saúde e educação
Igualdade, mais respeito e inclusão
O meu voto com certeza é do Haddad

Que Deus possa orientar o eleitor
Nessa hora de extrema gravidade
Que possamos manter civilidade
Votando no projeto do amor
Do qual Lula foi o idealizador
Fundando um Brasil de igualdade
Devolvendo a nossa identidade
Libertando o povo da opressão
É por isso que tenho convicção
O meu voto com certeza é do Haddad

Não votar em Haddad significa
Deixar vencer essa tal hostilidade
Que tem força na dura rivalidade
Que cresce e logo se amplifica
Que a tortura eleva e glorifica
Que ameaça nossa jovem liberdade
Em projeto da mais alta gravidade.
Como o cristo nos ensina o perdão
À violência e à tortura digo não
O meu voto com certeza é do Haddad

Inamar Coelho, 12/09/2018

Canudos: uma guerra pela terra


Canudos: uma guerra pela terra

Mais de cento e vinte anos
Um massacre aconteceu
Neste sertão sofredor
Nossa gente pereceu
Tudo por causa da terra
Levando ao sertão a guerra
Um fratricídio de deu

No tempo do Conselheiro
Quem mandava no sertão
Eram os tais coronéis
No jugo da opressão
A seca, a fome, a pobreza
A morte era a certeza
O alento a devoção

Então surge o Beato
Com a sua profecia
Com a palavra de Deus
A esperança anuncia
O tempo era chegado
De Deus era o reinado
Sua fé os guiaria

Naquele tempo a terra
Por toda esta nação
Era riqueza de poucos
Motivo de opressão
O latifúndio mandava
Enquanto o povo penava
Neste sofrido sertão

O Beato peregrinava
E o povo lhe seguia
Rezando e predicando
Aquele grupo crescia
Queria um mundo novo
E ele era pra seu povo
Uma perfeita utopia

O monopólio da terra
Por lei era garantido
O coronel era o dono
E o pobre era impedido
De possuir seu lugar
Tinha de se sujeitar
Ao posto de oprimido

Libertaram os escravos
Sem dar-lhes a condição
Tornando-os indigentes
Em dura situação
Sem o dono e sem a terra
Sua vida se encerra
Em outra escravidão

Os indígenas, coitados
Dos poucos ali restando
Perambulavam na seca
À fome se entregando
Enquanto os coronéis
Reinavam com seus papeis
Tinha todos a seu mando
  
Surge então o Conselheiro
Com seu cajado na mão
Como um profeta da Bíblia
Contra aquela “lei do cão”
Arrebanha aquela gente
Que o segue dali pra frente
Em tal peregrinação

A multidão reunida
À igreja incomodando
E também aos coronéis
Que logo se articulando
Exigiram providências
Dando ao governo ciências
O exército convocando

Daquela tensão política
Que surgiu o movimento
Criou uma identidade
E o fortalecimento
De lutar pelo direito
À terra e ao respeito
E ao próprio provimento

Fundou então Belo Monte
Uma cidade perfeita
Sendo autossuficiente
Pelo povo foi eleita
Como a terra prometida
Mas naquela nova vida
Um perigo lhe espreita

Era ofensiva ao poder
Dos coronéis do local
À Igreja que perdia
Seus fiéis e coisa e tal
À República recente
Que se lançou ferozmente
Contra aquele arraial

Conselheiro recusava
Os impostos e a cisão
Da República com Igreja
Tachando de “Lei do cão”
Firmou-se como beato
Um grande líder de fato
Trouxe esperança ao sertão

O acusaram de fanático
De louco e de bandido
Inverteram sua imagem
No desejo incontido
De poder fazer a guerra
Contra aquele que na terra
Defendia o oprimido

Mas o povo organizado
Em torno do Conselheiro
Rezavam e trabalhavam
Viviam em clima ordeiro
Plantavam para comer
Criavam para vender
Paraíso verdadeiro

A cidade congregava
Gente de toda sorte
Pobres e penitentes
Sobrevivendo da morte
No Belo Monte viveram
E ali se converteram
Pois a fé era mais forte

A imprensa nacional
Esforçou-se em perverter
Pintando uma imagem
Passível de combater
Notícias diariamente
Acusando o penitente
Sem aquilo proceder

O Exército Brasileiro
Venceu mas foi derrotado
Foram quatro investidas
Estado contra o Estado
O Governo exagerou
A quem restou degolou
E o que restou foi queimado

A história oficial
Precisa ser recontada
E é no chão da escola
Que deve ser estudada
As razões no fanatismo
Monarquia e messianismo
Justifica a luta armada

Em nome do latifúndio
O exército combateu
Para defender a elite
A imprensa intercedeu
O pobre queria terra
O país lhe deu a guerra
Um massacre aconteceu

A sociedade hoje
É a mesma de outrora
Prevalece a vontade
Da elite que ignora
Que o povo organizado
Por justiça motivado
Despertará qualquer hora

Todo e qualquer movimento
Que levante na nação
Por justiça e por direitos
Da elite sente a mão
É do rico a primazia
De poucos a mordomia
Do povo a humilhação

Conselheiro em Canudos
Zé Maria contestado
Zumbi lá em Palmares
Outros tem se levantado
Contra toda opressão
E a história da nação
Apenas tem ocultado

Canudos é nossa história
Ocorrida no sertão
Quando o Brasil mantinha
O povo na opressão
Quando a lei do coronel
Trazia o povo a tropel
No jugo da exploração

Venho chamar atenção
Por isso deixo o recado
Em formato de cordel
Deixando assim registrado
Para que o estudante
Desse dia pra diante
Não se faça de rogado


Inamar Coelho 19/09/2018