terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

O valor da leitura!

                                                  Qual o valor da leitura na sua vida!


I

Meu Caro leitor amigo
Tenho pensado bastante
No rumo que o mundo vai
Não chega muito distante
Tá tudo descontrolado
E o jovem está fadado
A deixar de ser pensante

A leitura passa longe
Da vida dessas crianças
Presas à televisão
Já nem comem nem descansa
Perdem a imaginação
O poder de abstração
E por fim a esperança

A TV traz tudo pronto
Não precisa imaginar
Nem se deslocar no tempo
Nem na mente viajar
Tudo é organizado
Pra você ficar prostrado
Sem poder participar

II

E tem mãe que logo cedo
Condena os filhos a ela
A TV é a babá
Portadora da tutela
Seguem hipnotizadas
Com a mente atrofiada
Ou com alguma sequela

A leitura é esquecida
Ou tratada com descaso
Mas isso tem um motivo
Pois nada é por acaso
É preciso refletir
Pesquisar e conferir
Vamos estudar o caso

A leitura no Brasil
No tempo da escravidão
Era restrita a poucos
Não era para o povão
Nem para os da senzala
E nem também toda sala
Nutria tal devoção

 III

Aboliu-se a escravidão
E o país prosseguiu
E o ex-escravizado
Ao trabalho aderiu
A maioria analfabeta
Seguiu a linha reta
E a leitura aboliu

Nos anos 20 o rádio
Tomou conta do país
De lá pra cá a leitura
Perdeu espaço e matiz
Todos de rádio ligado
O pensamento domado
Alienado e feliz

Até os anos cinquenta
O rádio foi dominante
Tudo vinha pelo rádio
Era um cérebro falante
Então surge a televisão
Imagem cor e ação
Em toda casa reinante

IV

É Ainda dominante
A TV sobre a leitura
Ela traz tudo prontinho
Sem pudor e sem censura
Controlando nossas mentes
Produzindo mais dementes
Pondo o mundo na moldura

Por último agora surge
Outra forte concorrente
Que ocupa nosso tempo
Viciante e atraente
É a tal da internet
Forjando marionete
Da leitura dissidente

Na internet tem tudo
Filmes, jogos, diversão
Muita coisa pra se ler
E bastante informação
Mas as redes sociais
Muitos assuntos banais
Da leitura distração

V

Por incrível que pareça
Um absurdo vivemos
Na era da informação
Pouca coisa absorvemos
Pouco nos comunicamos
Pela tela é que teclamos
Pela rede é que vivemos

Desde cedo então criados
Pra não gostar de leitura
Historicamente eivados
Numa triste desventura
Somos povo sem memória
Desconhecendo a história
Só por falta de leitura

Livraria é coisa rara
Nas cidades do Brasil
Bibliotecas nem falo
Não pretendo ser hostil
Milhares de bares vejo
Mas alimento o desejo
Mais livros nesse Brasil

VI

Se tivesse biblioteca
Como tem bar e igreja
O futuro seria outro
É o bem que se deseja
A escola avançaria
A juventude teria
Sapiência que viceja

Você pode perguntar
Pra que serve a leitura?
Se só basta pesquisar
A internet é segura!
Ou então ver na TV
Tudo tai pra se ver
É modernidade pura

Posso dizer pra você
O quanto é estimulante
A leitura prazerosa
Um exercício excitante
Estimula o senso crítico
O ser ético e político
Em evolução constante

VII

Ajuda escrever melhor
Aguça imaginação
Aumenta o vocabulário
Ativa a argumentação
Abre a visão de mundo
E em um nível profundo
Estimula a criação

A leitura é perigosa
Por fazer você pensar
Por estimular a crítica
Por te fazer duvidar
Por isso que foi banida
Na nossa ocupada vida
Esta já não tem lugar

Mas nem tudo tá perdido
Ainda podemos mudar
A triste realidade
Que insiste em dominar
Olhemos para leitura
E pra a geração futura
Motivo pra militar

VIII

Que o livro possa estar
Por aí de mão em mão
Junto com o Smartphone
Sem fazer competição
Que a escola faça uso
Não o deixe em desuso
E que faça a difusão

Que vejamos a leitura
Como fonte de prazer
Que busquemos sua fonte
Com sede de conhecer
Que possamos no futuro
De um modo mais seguro
Ver o nosso povo ler

Vou ficando por aqui
Deixando esse recado
Para que todos reflitam
Como for do seu agrado
Que a leitura suplante
Essa situação vexante

Que aqui tenho ilustrado.

Inamar Santos Coelho, 27/02/2017