segunda-feira, 28 de setembro de 2020

O Agro é tudo, menos pop

Com a Agroecologia, é mais vida, com certeza!

 


Com a Agroecologia, é mais vida, com certeza!
 
 
Você que lê estes versos
Dispondo-se a estudar
Preste bastante atenção
No que venho alertar:
Natureza é nosso bem
Cabe a nós a mais ninguém
Defender e preservar
 
Natureza é nossa casa
É fonte da nossa vida
Sendo nosso santuário
Não pode ser destruída
Sua biodiversidade
Com toda prioridade
Precisa ser defendida
 
Estamos vendo os incêndios
E a grande devastação
Amazônia e Pantanal
Na Caatinga do Sertão
Mata Atlântica e Cerrado
O homem tem condenado
O futuro da nação
 
O fogo que queima a mata
Queima também o futuro
Extinta a fauna e a flora
Traz um progresso obscuro
É preciso consciência
E ouvir mais a ciência
Para um destino seguro
 
Cultivar os alimentos
Respeitando a natureza
(Poluir e devastar
Não é nenhuma proeza)
A Ciência anuncia:
Com a Agroecologia
É mais vida, com certeza
 
É da Agroecologia
O cultivo ecológico
Sem derrubar uma árvore
O modelo é pedagógico
É na ação sustentável
Com o modelo viável
Racional e mais lógico
 
Você que é estudante
Procure mais pesquisar
Sobre os termos e palavras
Que servem pra nomear
É bom saber o conceito
Pois o saber é perfeito
Pra nossa mente mudar:
 
O que vem a ser Bioma?
O que é Biodiversidade?
O que é Agroecologia?
E Sustentabilidade?
E sobre o Agronegócio?
(O que é esse negócio,
Qual sua finalidade?)
 
O “Agro é Tech” na TV
“Agro é pop, Agro é Tudo”
Mas o bom é pesquisar
Sobre esse tal conteúdo:
(O Agro faz produção
Por lucro na exportação
Com veneno sobretudo)
 
O Agro traz desemprego
Com sua maquinaria
O braço da mão de obra
Perdeu toda garantia
Tratores e colhedeiras
Automáticas esteiras
Tudo é tecnologia
 
O Agro é o transgênico
Semente modificada
Com as sementes crioulas
Sendo desconsideradas
Agrotóxicos e adubos
É morte elevada ao cubo
É a vida ameaçada
 
Em nome da produção
Do lucro e da riqueza
Vemos matar as florestas
Devastando a natureza
Mata Atlântica (já era)
Que jamais se recupera
Foi extinta sem defesa
 
Para criação de gado
E extração predatória
Foi tanta devastação
Quinhentos anos de história
Interesse mercantil
Começou com o pau Brasil
Hoje só resta a memória
 
Da mata atlântica pujante
Já não sobrou quase nada
Mais de noventa por cento
Foi cortada e devastada
Pra alimentar a indústria
Para secular angústia
Foi toda em lenha queimada
 
Em cada século um tipo
De cultura predatória
Cana de açúcar, café
Como revela a história
Da extração de madeira
Para a cultura leiteira
Mais vergonha do que glória
 
Hoje tem plantio de soja
Ligado à devastação
Na tal da monocultura
Produto de exportação
Avança sobre a floresta
Queimando o pouco que resta
Terrível constatação
 
É da ação dos humanos
Tamanha destruição
Em nome desse progresso
Com fogo e devastação
Prevalece a impunidade
A burrice e a maldade
Até que só reste o chão
 
Faz-se então necessário
Outra forma de pensar
Com a Agroecologia
Com sapiência plantar
Priorizando a vida
Agricultando a comida
Produção familiar
 
E você aí na escola
Ao comer sua merenda
Prefira fruta e verdura
Atente e compreenda
Que a comida natural
Melhor que a industrial
A saúde recomenda
 
Recuse o salgadinho
O que é industrializado
Prefira o natural
Lá na roça cultivado
O estudo elucida
O orgânico é a vida
A ciência tem mostrado
 
E tudo que vem do campo
Da agricultura real
Cultivado pela mão
Orgânico e natural
Respeitando a natureza
Com trabalho e boniteza
É a opção ideal
 
Produção familiar
É nossa melhor saída
Preservando a natureza
E garantindo a comida
Sem uso de agrotóxico
Esse veneno que é tóxico
Que afeta a nossa vida
 
O uso do agrotóxico
Polui o meio ambiente
Envenena a nossa água
E a comida da gente
No mal da monocultura
Inverte a agricultura
Mata a vida lentamente
 
É preciso conhecer
Pra poder disseminar
Ensinando aos mais velhos
Nova forma de plantar
Preservando a beleza
Respeitando a natureza
Nossa casa, nosso lar
 
Respeitando fauna e flora
Sem veneno, sem queimada
Maneira de cultivar
Já testada e aprovada
Priorizar produção
Pra nossa alimentação
Com a vida preservada

Fomentar na juventude
Ideias de preservar
Levando o conhecimento
Novas formas de pensar
Para os pais, mães e avós
Novo olhar e nova voz
Novo mundo cultivar
 
Explicar pra todo mundo
O aquecimento global
Que a mudança climática
É um perigo real
Só replantando a floresta
É a ação que nos resta
Pra reverter todo mal
 
Se cada jovem de hoje
Aprender a respeitar
Nosso meio ambiente
A água, a terra e o ar
Poderemos ter futuro
É certo e é seguro
Para o destino mudar
 
Devastando a natureza
Fica em risco nossa vida
Da água contaminada
À escassez de comida
Será um inferno na terra
E em estado de guerra:
Fim da vida conhecida
 
A poluição do ar
Trará doenças e morte
A poluição das águas
Inverterá nossa sorte
Se não preservar agora
Nossa fauna, nossa flora
Não haverá quem suporte
 
Sei que está sendo alarmante
Duro e aterrador
Mas é preciso um choque
Para o cenário compor
Para chamar a atenção
Sobre a nossa condição
Num futuro aterrador
 
Mas sempre há esperança
Se cada um entender
E mudar a consciência
Nova forma de viver
Respeitando a natureza
É a única certeza
Para a vida proteger
 
E te faço uma proposta
Fácil de executar
Procure mudas de árvores
Comece logo a plantar
Tome conta e adube
Enquanto isso estude
Para o futuro mudar
 
Com nova sociedade
Mais justa e harmoniosa
Mais fraterna, mais humana
Da natureza zelosa
Sem tal a desigualdade
No campo e na cidade
Com a vida vitoriosa
 
Vou ficando por aqui
Pois já falei um bocado
através deste meu verso
Rimado e metrificado
Pois o cordel é potente
Dirigido a toda gente
Pra mandar este recado

Poia ainda há esperança
No compromisso firmado
No desejo que um dia
Veremos tudo mudado
Com a natureza vibrante
E com o jovem estudante
Mais crítico e antenado.

 
(Inamar Coelho) 27/09/2020

sábado, 26 de setembro de 2020

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Parabéns Euclides da Cunha



O Cumbe, pertencente ao Município de Monte Santo, foi emancipado em 11 de junho de 1898 pela Lei provincial nº 255, elevando o povoado à Vila de Cumbe, conforme relata José Aras, 2003, p. 161. Ficou independente por 33 anos, mas com a Revolução de 30, o Conselho Municipal do Cumbe foi dissolvido e em 22 de junho de 1931 Cumbe, por decreto, perde a autonomia, sendo reincorporado à Monte Santo. Em 19 de setembro de 1933 Cumbe é devolvido à sua verdadeira condição de município, pelo Decreto do interventor Federal Juracy Magalhães, conforme relata José Aras, p. 209/2010. O Historiador Dionísio Nóbrega promove a discussão sobre o aniversário da Cidade ser em 19 de setembro de 1933, e não em 11 de junho, e esse detalhe inspirou este cordel. Nesta data em que comemora 87 anos, o município já teria 122 anos de emancipação, conforme a lei provincial que oficializou a separação do município de Monte Santo em 11 de junho de 1898.

 

Lembrando Adelmo Coelho


 Esta peripécia de Adelmo Coelho com Ramalho está registrada no museu do Cumbe. Uma pena que seus escritos se perderam no tempo...

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Sobre a Fome depois do Golpe


Lembro-me de quando o governo distribuía a "cesta básica" com péssima qualidade adquirida no sudeste e entregue ao povo pobre como ração. Nessa época a mortalidade infantil, a desnutrição, as doenças da miséria como diarréia, verminose, cáries etc. eram coisas comuns. No final dos anos 2000 a fome foi matéria de uma semana no Jornal Nacional e só vimos uma realidade diferente depois da ampliação dos programas sociais conforme foi reconhecido pela ONU.

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Um presepeiro notório

Termos com os quais cresci ouvindo e não dava a devida atenção até ingressar tardiamente na universidade e ter acesso ao estudo que possibilita o olhar de pesquisador sobre os eventos da língua.

 

Adequado/inadequado

Lembrando dos estudos linguísticos...
 

terça-feira, 15 de setembro de 2020

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Defesa manifesta



 

Indígena de tribo isolada em Rondônia atira flecha de bambu, ornamentada com penas de aves da floresta, e atinge o peito de indigenista da Funai, no dia 10 de setembro de 2020.

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

O nosso Rei da folia!

 

Homenagem ao cantor oficial da Cidade de Euclides da Cunha.

O destino do Bode

A vida depende da morte...

 

O Papafigo


 Se certo ou errado, a discussão é outra. Só sei que tal medo evitou muitas situações de risco para crianças desse sertão.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Sobre a máscara

 






Brincadeiras no Cumbe


 Lembranças da minha infância na rua de cima.

Lembrança de Morenito.

Em memória do cordelista Morenito, natural de Euclides, falecido em 2002.

segunda-feira, 7 de setembro de 2020



 Cordel publicado pelo projeto de Extenção do NEA Abelmanto - Núcleo de Estudo em Agroeocologia IFBaiano campus Serrinha, no dia 07 de setembro de 2020.

Falares do Cumbe II

Mais falares do sertão que já não ouvimos tanto, mas que trazem memórias de um tempo passado que ainda pode ser significativo para muitos.

 

domingo, 6 de setembro de 2020

7 de setembro




Que tipo de independência tivemos? 
A que atendia ao interesse do povo brasileiro?
Ou exclusivamente aos interesses econômicos das elites nacionais?
O que a história oficial autorizada não nos conta? 
O que veio para o povo depois desta separação?
E hoje, independentes de Portugal, somos independentes mesmo?

  

 

sábado, 5 de setembro de 2020

O Romãozinho no Cumbe

Vi um evento dele em 1981 numa casa próximo à Escola Anexa, hoje colégio José Aras. As aulas foram interrompidas e minha mãe foi me buscar assombrada e com medo das pedras que voavam sem ninguém saber de onde. Foi aí que soube do Romãozinho. Em 1996 eu residia em Sergipe e vi a notícia no Fantástico, pra minha surpresa. Graça a Deus nunca mais se ouviu falar de sua manifestação.

 

A cerâmica no Cumbe

Conheci de perto essa cerâmica. Fui criado bebendo água de pote, pois na minha infância filtro era artigo de luxo. Minha avó exigia pote e panela do Mestre Campos, de cerâmica clara e traço fino. Mas tinha panelas e aribé da cerâmica do Zumbi. A feira livre quando era pujante no centro da cidade tinha uma área só pra elas. Produção de muito trabalho e que exigia tempo e esforço, mas que não era valorizada. O preço muito baixo e o acesso à utensílios modernos foram deixando essa cultura no passado. Os jovens das comunidades não apresentaram interesse em dar continuidade a essa tradição ancestral que hoje ficou na memória.
 

O Tanque da nação

Nosso Cumbe tomou forma numa área que pertencia a Monte Santo e, segundo José Aras, por volta de 1840 José Higino dos Santos Lobo estabeleceu-se na Fazenda Carrancudo. Em 1866 foi nomeado por D. Pedro II encarregado do serviço de recrutamento de voluntários para a Guerra do Paraguai. O mesmo foi autorizado a construir um casarão para construir um quartel e alojamento para os voluntários e aproveitou para reivindicar a escavação de um açude público para atenuar os efeitos das secas para os moradores da região: o Tanque da Nação. Em 1868 as obras do açude foram finalizadas e já são mais de 150 anos de existência de um marco da história desconsiderado pela sociedade e pela escola. Assim nascia a nossa cidade. Hoje o Tanque da nação agoniza, como agoniza seu irmão, o açude do Pedregulho: são décadas e décadas sem a necessária revitalização e limpeza por conta do assoreamento.

 

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Falares no Cumbe





Instigado por colegas de trabalho da Educação, resolvo escrever sobre alguns falares do nosso Cumbe que se perderam no tempo e causam espanto para as novas gerações. Existem muitos outros e os convido a postarem nos comentários termos dos falares de nossa terra que já estão em desuso.