sexta-feira, 3 de abril de 2015

Sobre o fim da àgua

SOBRE O FIM DA ÁGUA


Caro leitor amigo
Quero te convidar
Para pensar comigo
Sobre algo singular
Que afeta toda gente
E não há um vivente
Que não possa concordar

Falo sobre a água
Que está chegando ao fim
E sinto grande mágoa
Pois não afeta só a mim
E o povo reconhece
Mas pouco se enternece
Fica no discurso enfim

Desperdiça sem remorso
Pensando que é ficção
Mas sempre que eu posso
Passo logo o sermão
A água é preciosa
Altamente valiosa
Tome tino e noção

Usam-na pra lavar carro
Para lavar escadaria
Muitos me tiram o sarro
Ou demonstram apatia
Pensando que nunca vem
O dia em que alguém
A vida por ela daria

Outro dia uma professora
Lavava sua calçada
E me lançou a vassoura
Quando foi perguntada
Se a mesma não sabia
Que a água se exauria
Se não estava errada

Fico pensando se ela
Ensina aos seus alunos
Que a água é aquela
Que em tempo oportuno
Vai então chegar ao fim
E então vamos enfim
Buscar água em saturno

É preciso ter cuidado
E sempre economizar
Pra não se sentir culpado
Quando a coisa piorar
A água que lavar roupa
Mesmo que seja pouca
Pra lavar portão servirá

Também aquela água
Usada na hora do banho
Em torrente deságua
Pra descarga é um ganho
Vai no vaso sanitário
Infelizmente é o cenário
 Mesmo que seja estranho

Ao escovar os dentes
Com a torneira aberta
Faz isso muita gente
É uma burrice certa
Litros vão pro esgoto
Como se fosse um aborto
Mesmo com tanto alerta

Banho que leva horas
Tanta água derramada
Quase ninguém colabora
E repete a burrada
Mesmo com tanto apelo
E todo esse pesadelo
Da catástrofe anunciada

Mas um dado interessante
Que nos chama atenção
O que parece chocante
É a nossa condição
Por vivermos no nordeste
E numa seca da peste
De ver rachadura no chão

Por vivemos sem água
Não é grande novidade
e a nossa grande mágoa
É que nossa adversidade
A mídia não dava crédito
E hoje é fato inédito
E pra nós normalidade

Já tomei água barrenta
Da cor de guaraná
Dividida com sedenta
Boiada a pisotear
Para muitos absurdo
Beber daquele chafurdo
Lavar roupa e se banhar

Vi bicho de sede morrer
Sem água e sem comida
Vi plantação perecer
Pela seca atingida
A água sempre faltou
E o nordeste encontrou
Modos de levar a vida

A seca afetou o sudeste
Virou calamidade
E o povo do nordeste
Vive essa verdade
Economia aqui é fato
Sabemos o valor no ato
Água aqui é novidade

O fato é que é preciso
Cuidar da água ou então
Não vai adiantar aviso
No rádio ou televisão
E será o fim da vida
E a calamidade temida
Acometerá a nação

Pelo domínio da água
Poderemos ter guerra
morte, dor e mágoa
e miséria em toda terra
se a água potável acabar
a terra será um lugar
onde a vida se encerra

Vamos juntos pensar nisso
Pra mudar ainda há tempo
E façamos compromisso
De deixar o passatempo
Para desse liquido cuidar
para que possamos pensar
Num futuro sem contratempo

A vocês agradeço
Pela grande atenção
Pensar já é um começo
De mudar a condição
Em que nos encontramos
Para que um dia possamos
Resolvermos tal questão.

Inamar Coelho

2 de Abril de 2015

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