sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Brasil ontem e hoje (um dragão que desafia)

 


Charge: Rodrigo Brum no site uriozzzo.com

Brasil ontem e hoje
 
Meu caro leitor amigo
Que tem um tempo pra ler
As linhas deste cordel
Que me proponho escrever
Sobre meu pobre país
Que nos diversos brasís
Só vê miséria crescer
 
Ver que a fome tá voltando
Com desemprego crescente
Os preços só aumentando
Gente desalentada
Nessa nossa pátria armada
O problema se agravando
 
A crise só avançando
E a esperança morrendo
Mendigos por todo lado
O desespero batendo
Um dragão que desafia
Desemprego e carestia
Todo avanço revertendo
 
É triste repetição
Que num passado recente
No brasil era aflição
Que hoje o povo que come
Talvez se esqueceu da fome
Que assolava a nação
 
Mortes por inanição
Era a coisa mais comum
De três crianças nascidas
Por sorte escapava um
E covas no cemitério
De mortes no puerpério
Não era nada incomum
 
Crianças no desjejum
Tinham café com farinha
No almoço e no jantar
Feijão puro coitadinhas
Na miséria do meu povo
Riqueza era ter um ovo
Ou um caldo de galinha
 
Um luxo comer sardinha
Um biscoito recheado
Nunca se via iogurte
Em tão recente passado
Que agora está voltando
Com o país afundando
Depois do golpe orquestrado
 
O sertanejo coitado
Pra poder ganhar o pão
Vivia de arrancar topo
Sujeito a exploração
Quem é mais velho recorda
Como era a tal “Engorda”
Espécie de escravidão
 
Com a enxada na mão
Debaixo do sol a pino
Para ganhar um trocado
Não tinha outo destino
Sofrer na mão do feitor
Era um tempo de horror
Para o homem campesino
 
Já o homem citadino
Sem emprego e sem rumo
Levando a vida de bico
Vício de jogo e do fumo
Excluído e humilhado
Fraco e depauperado
Espremido até o sumo
 
E nesse breve resumo
Devendo lembrar das filas
Pra receber cesta-básica
Entregue por uns gorilas
Aos gritos e empurrões
Nos miseráveis cordões
Onde a miséria desfila
 
Os produtos na mochila
Todos pior qualidade
Trazidos lá do Sudeste
Já perdida a validade
Distribuída a ração
Para o povo do sertão
Com toda brutalidade
 
Mantendo a desigualdade
O Nordeste na pobreza
Manter rico Sul/Sudeste
Foi sempre grande vileza
Que vigorou 'té 2000
Quando surge no Brasil
O período da grandeza
 
Surge comida na mesa
Depois de dois mil e três
Dinheiro na mão do pobre
Pra desespero burguês
Explosão da economia
Um horizonte se abria
Como ninguém nunca fez
 
E digo a todos vocês
Acabou mortalidade
Os ditos caixões de anjo
Foi virando raridade
Depois do Bolsa Família
Instituído em Brasília
Trouxe só dignidade
 
Nessa dita realidade
Fez forte a economia
Já não se via mendigos
O pleno emprego surgia
O pobre na faculdade
Na menor desigualdade
A esperança crescia
 
E já não se distinguia
O povo pobre do rico
A vestimenta era a mesma
Nesse ponto simplifico
As lojas cheias de gente
Era algo deprimente
Madame torcendo o bico
 
Era tema de fuxico
Aberta insatisfação
De parte da burguesia
Classe média de Plantão
Se mostrando indignada
Ao não achar empregada
Para sua exploração
 
Outra indignação
Era ver pobre estudando
Os filhos da empregada
Tanto doutor se formando
No Brasil da esperança
Teve um tempo de bonança
Que está se acabando
 
A miséria tá voltando
Já é fato a inflação
Desemprego exagerado
Perigo de apagão
O salário pequerrucho
Virou artigo de luxo
Gasolina e botijão
 
E parcela sem noção
Prefere que seja assim
Mesmo que o país
Se encaminhe para o fim
Que entre em guerra civil
Movida por fakenews
Burguesia de cupins
 
E vai piorar enfim
O país no rumo errado
O povo morrendo a míngua
Sem tutela do Estado
Correios e Eletrobrás
E até a Petrobrás
que querem privatizado
 
Cidadão desavisado
Que puxe pela memória
Que relembre o passado
Veja a linha divisória
De quando nesse país
O povo foi mais feliz
Em toda a sua história.
 
Inamar Coelho - 03/09/2021
 

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