Animais
do meu sertão
Meu
caro leitor amigo
Com
muita satisfação
Sou
um simples sertanejo
Pedindo
vossa atenção
Com
respeitos cordiais
Pra
falar dos animais
Importantes
do sertão
Tomado
de emoção
Escrevendo
este cordel
Lembrando
de como o homem
Pode
ser frio e cruel
Com
a vida e a beleza
Que
nos brinda a natureza
Sobre
a terra e sob o céu
Pra
compor o painel
Dos
bichos mais importantes
Dentre
tantos tem o Bode
Esse
animal fascinante
Do
qual tudo se aproveita
Do
qual não resta suspeita
Nosso
sustento garante
Animal
apaixonante
Que
merece louvação
Danado
come de tudo
De
fácil adaptação
Que
só vive de magote
A
nossa grande mascote
É
o Bode do sertão
Tem
total aplicação
De
tudo o quanto ele tem
Desde
a carne até o couro
O
sertão conhece bem
Carne
magra especial
Seu
churrasco sem igual
A
buchada é nosso bem
Leite
da Cabra também
Para
criança indicado
Nunca
dá intolerância
É
testado e aprovado
O
queijo é iguaria
Com
a baixa caloria
É
muito requisitado
É
pena que o coitado
Para
nos presentear
Tenha
um destino cruel
Um
corte na jugular
Uma
paulada mortal
Sangrado
por um punhal
Com
o sangue a esguichar
Outro
bicho exemplar
É
nosso amigo Jumento
Por
tão grande importância
Merecia
um monumento
Tem
registro na escritura
‘Bençoada
criatura
Do
sagrado Nascimento
Não
merece o tratamento
Que
lhe impõe inferior
Nem
toda carga excessiva
Na
posição de motor
Movimentando
o sertão
O
Jumento é nosso irmão
Inegável
seu valor
Parceiro
do agricultor
De
inverno a verão
De
Gonzaga a Genival
O
Jegue é atração
Cantado
em verso e prosa
É
mote pra muita glosa
Cordel,
repente e canção
Com muita
convicção
Não posso
ser desleal
Se não
falar da Galinha
Ou do
Galo matinal
Maior
fonte de alimento
É quem
garante o sustento
No nosso
sertão rural
Outro grande
animal
O Saruê
do sertão
Que se
alimenta de cobras
Insetos
na refeição
É imune
ao veneno
Este
animal pequeno
Não
merece coerção
O saruê
tem função
No bioma
sertanejo
Mas por
conviver tão perto
Sua
extinção prevejo
Desconhecem
seu valor
Ignorância
é fator
Do
instinto malfazejo
E outros
bichos elejo
Para um
grande panteão
Formado
por animais
Que temos
nesse sertão
Que nos
enche de alegria
Mas algo
nos contraria
Ter
alguns em extinção
Olhando
do céu ao chão
Arara
Azul de Lear
Esteve
perto do fim
Hoje vive
a voar
Enfeitando
o firmamento
Planando
ao sabor do vento
Sequestrando
nosso olhar
Ararinha
singular
Sempre
voa em casal
Mas se
perde o companheiro
Da união
conjugal
Vai viver
na solidão
Arara
Azul vive então
Sem par
matrimonial
Toda ação
é crucial
Para
conscientização
Para
salvar ararinha
É preciso
educação
Hoje o
homem sertanejo
Conhece
todo manejo
Pra sua
preservação
Outra ave
do sertão
Para ser
mencionada
Na mira
dos caçadores
A Nambu é
afamada
Sua carne
saborosa
Torna a
vida perigosa
Na sina de
ser caçada
Outra ave
bem cotada
Nos
pratos desse sertão
Tem a
famosa Codorna
Grande
apreciação
A sua
carne macia
Verdadeira
iguaria
Presente
da criação
Cada nova
geração
Cada
tempo que avança
Alguns
bichos ficam raros
São
imagens na lembrança
Nas
memórias do passado
Que cada
avô tem contado
Nas
histórias pra criança
Com
aquela fala mansa
Pra
molecada ao redor
Fala da
Onça Pintada
Ou do
Macaco Guigó
Chocalho
de Cascavel
O avô
exibe o troféu
Pela
coragem maior
Sabendo
tudo de cór
Se diz
bom atirador
Com
cachorro perdigueiro
Nas
histórias o vovô
Não
deixou Preá, Tatu
Gato do
Mato ou Teiú
Nem
Raposa o caçador
Os
relatos tem valor
Fazendo o
jovem pensar
Mas
respeito aos animais
É algo a
se ensinar
Sobre a
biodiversidade
O lar da
humanidade
Conhecer
e preservar
Para nos
acalentar
Os
cordéis de animais
Traz
astúcia nos seus versos
Heroísmo
e muito mais
Com
grandes ensinamentos
O cordel
é instrumento
Dos
valores ancestrais
Objetos
culturais
Da viva
literatura
Os cordéis
nossa riqueza
De
elevada cultura
Educador
do sertão
Em arte
de artesão
O cordel
se configura
Findando
essa leitura
Agradeço
a atenção
Por
chegar até aqui
Cidadã e
cidadão
Perdão se
falei demais
Ao tratar
dos animais
Do
sertão, do céu ao chão.
(Inamar Coelho 13.07.2021)
25/09/2021
Recebi hoje o resultado do Concurso Zoordel promovido pela Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS através da Rede de Museus conforme o EDITAL REMUS Nº 01, de 07 de julho de 2021. O resultado foi anunciado na live de Cerimônia de divulgação dos vencedores do referido concurso, no endereço: https://www.youtube.com/watch?v=dwSWhknP3DM.
Nenhum comentário:
Postar um comentário