Em 26 de maio de 1893 aconteceu um embate entre os peregrinos de Antônio Conselheiro e a Polícia Baiana na fazenda do Viana na localidade de Maceté, dias depois de Antônio Conselheiro ter incitado o povo a rebelar-se contra a cobrança de impostos no miserável sertão baiano. O evento está registrado na literatura e na memória do massacre fratricida vergonhoso de Canudos.
"Deu-se a primeira explosão. O governo procurou cercear cercear a propaganda e fez seguir uma diligencia em procura de Conselheiro. Encontrou-o em Macetê e teve de voltar rechassado pejo furor dos Conselheiristas. (Manuel Benício, O rei dos jagunços. 1899. p. 159)"O acontecimento repercutira na capital, de onde partiu numerosa força de polícia para prender o rebelde e dissolver os grupos turbulentos. Estes naquela época não excediam a duzentos homens. A tropa alcançou-os em Maceté, lugar desabrigado e estéril entre Tucano e Cumbe, nas cercanias dás serras do Ovó. As trinta praças, bem armadas, atacaram impetuosamente a turba de penitentes depauperados, certas de os destroçarem à primeira descarga. Deram, porém, de frente, com os jagunços destemerosos. Foram inteiramente desbaratadas, precipitando-se na fuga, de que fora o primeiro a dar o exemplo o próprio comandante. (Euclydes da Cunha, 1902, p. 136)
127 anos depois Bruno Cavalcante, conhecido Bruno Maceté, idealiza um projeto de lei que visa instituir o Dia do Fogo de Maceté como data comemorativa de modo a manter viva a chama da história que garante a identidade de luta e resistência do povo sertanejo contra as forças repressoras do governo que culminaram massacre de Canudos em 1896-1897.
Este texto serve para registrar a importância do evento e grandeza do projeto para a cultura local de Maceté em Quijingue na Região do Sisal no sertão da Bahia.
(Inamar Coelho, 14/08/2020)
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