domingo, 20 de outubro de 2019

A Santa Dulce dos pobres




A Santa Dulce dos pobres
1914-1992

  
É grande a satisfação
Que me toma nesta hora
Ao falar de irmã Dulce
Que o Brasil já adora
O anjo bom da Bahia
Que para nossa alegria
Acabou-se a demora

Dia treze de outubro
De dois mil e dezenove
O anjo bom da Bahia
Ao Santo Papa Comove
Que eleva Dulce a Santa
E o céu inteiro canta
E não há quem desaprove

Irmã Dulce era santa
Desde sua tenra idade
Dando assistência aos pobres
Vivendo pra caridade
Aos pobres abandonados
Ajuda aos necessitados

Ajudando os doentes
Fazendo filantropia
Acolhendo o desvalido
Era o anjo da Bahia
É reconhecida Santa
O povo não se espanta
Pois como santa vivia

Pequenina e muito frágil
Mas com uma força gigante
Sempre pronta para a lida
Com seu maternal semblante
Sempre dando esperança
Ao idoso ou a criança
Com sua voz confortante

Nascida em Salvador
A capital da Bahia
Primeira santa católica
Que o bom Deus nos premia
Maria Rita nasceu
Mas Irmã Dulce viveu
E aos mais pobres servia

Desde os seus treze anos
Ao ver as áreas carentes
Da cidade da Bahia
Viu que dali para frente
Seria religiosa
Tornou-se a alma bondosa
Caridosa e indulgente

Aos mendigos ajudando
Aos enfermos desvalidos
A força do poder de Deus
Com seu amor desmedido
A Jovem Dulce crescia
O anjo bom da Bahia
Em puro amor convertido

Foi por ser nova demais
Não pôde ir pro convento
Então voltou a estudar
Sem esquecer seu intento
De viver a caridade
Mesmo naquela idade
De viver o mandamento

A família consentiu
E a casa transformou
Num centro de atendimento
Que sua vida consagrou
De São Francisco o exemplo
Era tanto atendimento
Que a notícia ecoou

Pessoas necessitadas
No bairro de Nazaré
Na Rua da Independência
Com caridade e fé
A jovem Dulce atendia
Era o anjo da Bahia
Com dificuldade até

No ano de trinta e três
O magistério termina
Se formando professora
Aquela jovem menina
Parte logo pro convento
Era agora o momento
Da sua missão divina

 Entrou pra Congregação
Das Irmãs Missionárias
No Estado de Sergipe
Por sua fé voluntárias
É noviça desde então
D’Imaculada Conceição
Do amor de Deus solidária

Após o hábito de freira
Sua imagem se firmou
Como a nossa Irmã Dulce
Que ao pobre sempre amou
A Santa Dulce dos pobres
Teve a sua causa nobre
Que Deus a santificou

No ano de trinta e quatro
Assume o magistério
Ali na Cidade Baixa
Ela tem seu ministério
Professora prodigiosa
Em missão religiosa
Um propósito muito sério

Atuar como professora
Não a tornou diferente
Assistindo na região
Toda família carente
Servia à comunidade
Com toda sua bondade
A caridade era urgente

No ano de trinta e seis
Uma União Operária
Funda com Frei Hidelbrando
Uma causa solidária
Um movimento cristão
De fé, amor e união
Agremiação necessária

Além dos necessitados
Militava por direitos
Pela causa operária
Tinha de todos respeito
Irmã Dulce era santa
O seu nome se agiganta
O amor era o preceito

No ano de trinta e nove
Inaugura um colégio
Dá o nome Santo Antônio
Garantindo privilégio
Aos filhos dos operários
Ato revolucionário
Comportamento egrégio

Recolhendo os sem teto
Nas ruas de salvador
Ocupando algumas casas
Era um ato de amor
Fez em defesa da vida
Sendo a única medida
Contra o mundo opressor

Foi expulsa é verdade
Mesmo assim não desistiu
Lutou por mais de 10 anos
Até que um dia conseguiu
Um albergue implantar
Para poder ajudar
Quem o mundo excluiu

 Era o antigo galinheiro
Que pertencia ao convento
Que transformou em albergue
E depois deu provimento
Criando um hospital
Com seu amor maternal
Do divino mandamento

O Hospital Santo Antônio
Ela ajudando a criar
Contribuiu grandemente
Pra muitas vidas salvar
Teve a vida dedicada
Por isso era adorada
Um ser de admirar

Setecentas as pessoas
Eles atendem por dia
No Hospital Santo Antônio
A dor do pobre alivia
Feito de fé e amor
Pra honra de nosso senhor
Pelo anjo da Bahia

 Em mais de sessenta anos
De vida de caridade
O anjo bom da Bahia
Partiu pra eternidade
No ano noventa e dois
Santificada depois
Pra glória da cristandade

No ano dois mil e onze
Dulce é beatificada
Após cura milagrosa
Por ela realizada
Uma mulher sergipana
Com hemorragia tamanha
Por irmã Dulce Curada

Seu nome é Cláudia Santos
Que pode testemunhar
Do sangramento pós-parto
Que não queria estancar
A UTI desenganou
Mas Padre Almir orientou
À Santa Dulce orar

 Com um segundo milagre
Dulce é canonizada
Após a cura de um cego
Foi pela fé consagrada
O Vaticano aprovou
Papa Francisco assinou
Dulce foi santificada

O baiano José Maurício
Cego por quatorze anos
Orou à Santa Irmã Dulce
Com desejo soberano
O milagre aconteceu
O Papa reconheceu
Com aval do Vaticano

A Santa Dulce dos pobres
Uma freira caridosa
Viveu seus dias na terra
Com sua fé prodigiosa
Disseminando o amor
Merece nosso louvor
A sua ação gloriosa

 Ela deixou o exemplo
De amor e caridade
O anjo bom da Bahia
Um exemplo de bondade
Que sempre velou por nós
Hoje é a nossa voz
Até a eternidade.

Se você tem fé em Deus
E também faz caridade
Se consegue amar o próximo
E cultiva a humildade
Santa Dulce lá no céu
Não te deixará ao léu
Lhe terá fidelidade

Vou ficando por aqui
Registrando no cordel
Vida e obra dessa irmã
Que teve negado o Nobel
Um anjo de alma nobre
A Santa Dulce dos pobres
Que hoje habita no céu.

(Inamar Coelho, 19/10/2019)

 Texto em homenagem à santificação de Irmã Dulce, a primeira santa católica nascida no Brasil, na Bahia e com milagres reconhecidos pelo Vaticano.

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