segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Parabéns Euclides da Cunha!


Feliz aniversário meu Cumbe! neste dia 19 de setembro de 2022 a cidade está em festa.
Ter orgulho da sua terra é obrigação de cada cidadã e cidadão e para ter esse sentimento é necessário conhecer a fundo e respeitar a sua arte, sua cultura e sua história. Em momentos como este precisamos de eventos que evidenciem o que temos de nosso: sanfoneiros, artesãos, aboiadores, pífanos, atrizes e atores, cantores, poetas enfim, todos que fazem da nossa terra um lugar especial.
Nossa bandeira aglutina referências na nossa história e memória, além de ser linda com as cores exatas. O vermelho do sangue derramado no massacre vergonhoso do Brasil burguês latifundiário de mentalidade escravocrata contra pobres sertanejos sem terra reunidos em volta de um profeta. O verde da mata das preguiças, da exuberante caatinga de umburanas e paus de rato que foram transformadas em lenha pelas indústrias de exploração de calcário na região sem controle em prol do lucro. O amarelo dessa riqueza calcária que saiu daqui e pouco ou nada deixou de benefício além da devastação que transformou o verde em lenha. Já fomos potência da cotonicultura, já fomos potência do feijão...




Parabéns para nossa cidade pelo seu aniversário de 89 anos da segunda emancipação política administrativa. Pena não termos dado parabéns para meu Cumbe pelos seus 124 anos da primeira emancipação conquistada em 11 de junho de 1898. Quando aconteceu o massacre dos sertanejos de Conselheiro, tanto Cumbe quanto Canudos eram subordinados à Monte Santo, eram parte do território de Monte Santo. Depois da guerra de Canudos a nossa região foi desmembrada, a Vila do Cumbe tornou-se independente, política e administrativamente, de Monte Santo em 11 de junho de 1898. Mesmo com os desmantelos da ditadura Vargas, temos 124 anos de existência livre e independente.



Hino de Euclides da Cunha:

Euclides da Cunha torrão adorado
Tão decantado no mundo inteiro
Os Sertões veio nos trazer a glória
Da nossa história no sertão brasileiro


Por muito anos foi aqui adorado
O Bendegó - famoso meteorito
Nosso sertão um jardim em festa
Foi escolhido lá no infinito

Salve o rincão de filhos varonis
Heróis anônimos mortos de pé
Renasce ardente em nossos corações
Tua bravura de amor e fé

Letra: José Aras, Música: Antônio Moreira

Na primeira versão do hino a primeira estrofe era diferente:

Euclides da cunha teu nome é uma Glória
de nossa Terra Com Galhardia
Teu solo fértil, tua gente aguerrida
Triunfantes vibram em harmonia. 

Trecho extraído do Livro No Sertão do conselheiro, de José Aras (2003).

O texto do hino de Euclides da Cunha foi escrito por José Aras, por ocasião da 1ª Semana de Cultura em 1971. 
A letra inicialmente faz referência à obra Os Sertões do escritor carioca que escreveu a saga dos sertanejos na Guerra de Canudos e deu projeção nacional à nossa história. 
Em seguida, o autor refere-se ao Meteorito Bendegó, caído no sertão nas terras de Monte Santo das quais o Cumbe fazia parte. O famoso meteorito foi encontrado em 1784 e levado para o Museu Nacional do Rio de Janeiro em 1888 por ordem de D. Pedro II. 
Por fim, no refrão José Aras fala dos sertanejos de Canudos, que na época era distrito de Euclides da Cunha, permanecendo assim até 1985, que foram massacrados pela força republicana em 1897, resistindo até o fim sem rendição. 

O cantor euclidense, Chico de Oliveira, dá a voz ao hino nesta versão por ser ele mesmo o cantor oficial da nossa cidade.

Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição:


Foto: euclidesdacunha.com

Esta data festiva configura-se no momento propício para conhecermos a nossa história, o contexto político e social que envolve a primeira e a segunda emancipação do Cumbe. Oportunidade de notarmos como os destinos do povo e da história estão sempre nas mãos das classes dominantes... 

Conhecer para preservar a memória, mas também para questionar a história e escrever novo presente.






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