Fonte da Imagem: https://brasilianafotografica.bn.gov.br/brasiliana/handle/20.500.12156.1/4863
Sobre a Guerra de Canudos
O
Brasil registra evento
Ocorrido
no Sertão
Quando
Antônio Conselheiro
Incomodou
a nação
Com
seu sonho de igualdade
Ao
fundar comunidade
Com
trabalho e união
Na
trajetória de Antônio
Miséria
e exploração
Na
seca o sertão fervia
No
tempo da escravidão
A
imprensa noticia
Que
na região havia
Um
peregrino em ação
Foi
construtor de igrejas
E
muros de cemitérios
Levando
a palavra de Deus
Falando
dos seus mistérios
Foi
verdadeiro profeta
Novo
sertão arquiteta
Com
seu santo ministério
Passou
mais de vinte anos
Vagando
pelo sertão
Sua
presença é marcante
Em
diversa construção
Falando
ao povo explorado
Tinha
na mão um cajado
E na
mente uma missão
Levou
esperança aos negros
Aquilombados
nas serras
Plantou
sonho de igualdade
A
quem cativo da terra
Foi
evangelizador
Um
beato pregador
Todo
sofrimento encerra
E
num incômodo geral
A
elite indignada
Buscou
logo providências
Quando
a República instaurada
Exige
que venha a guerra
Aos
condenados da terra
A
querela iniciada
Numa
ação do Conselheiro
Contra
a cobrança de impostos
Do
governo brasileiro
Incentivando
a revolta
Começou
reviravolta
Foi
eleito desordeiro
Retirou
a sua gente
Para
outra freguesia
Enquanto
as autoridades
Achando
que o deteria
Organizando
volante
Daquele
dia em diante
A
ameaça crescia
Perseguido
no sertão
(Elite
contra a ralé)
Foi
Antônio Conselheiro
Emboscado
em Maceté
Pela
polícia baiana
No
terreiro do Viana
O
correu um finca-pé
O
evento registrado
Em
vasta literatura
Nos
Sertões e outros tantos
Como
informação segura
Um
embate ocorrido
Causou
tremendo ruído
Por
não haver captura
Esse
embate aconteceu
Nos
idos dos oitocentos
De
noventa e três o ano
Conforme
os assentamentos
Dali
saiu pra Canudos
Com
sua gente, com tudo
Pra
fundar acampamento
Aquele
grupo sem terra
Ocupou
velha fazenda
Abandonada
(Canudos)
(Como
Os Sertões referenda)
Fundando
seu Belo Monte
Trouxe
novo horizonte
Numa
cidade estupenda
Onde
tudo aconteceu
Tinha
trabalho e fartura
Como
Ele prometeu
Com
justiça e igualdade
Verdadeira
irmandade
A
vida ali floresceu
Ficou
famosa e atrativa
Muita
gente a chegar
Do
alto e baixo sertões
Podia
o pobre migrar
De
riqueza e de fartura
Justificada
procura
Belo
Monte era o lugar
Aquela
cidade ativa
Incomodou
fazendeiros
Que
perdiam mão de obra
Para
o líder Conselheiro
Sem
gente pra explorar
Resolveram
reclamar
Ao
governo brasileiro
Aquela
urbe agitada
Incomodou
a igreja
Ao
perder muitos fieis
E se
vendo na peleja
De
disputar o espaço
E ao
sair no fracasso
O
revide então planeja
Muitos
padres concordavam
O Beato
era uma afronta
Aos
domínios da Igreja
Com
prejuízo de monta
Enquanto
o povo o seguia
A
paróquia então teria
Que
ao clero prestar conta
O Beato
era letrado
E de
escrita perfeita
Leitor
naquele sertão
Sua
presença suspeita
Estava
muito famoso
Era
visto perigoso
Detratores
à espreita
Uma
imagem invertida
A
imprensa oficial
As ilações
consolida
Toda
mentira serviu
Pra
convencer o Brasil
Que a
guerra era a saída
O
Governo mobilizou
As
suas forças armadas
Contra
o povo sertanejo
Na
história é registrada
Depois
de quatro investidas
Numa
guerra fratricida
Canudos
foi arrasada
O
povo lutou com faca
Foice,
enxada e facão
Contra
bala de fuzil
Lutando
irmão contra irmão
Quem
sobrou foi degolado
O
massacre consumado
O
sangue regou o chão
E
assim a guerra se deu
A
esperança punida
Com
mão de ferro a Ordem
A
utopia é vencida
Negros,
mulheres e índios
Verdadeiro
fratricídio
Canudos
foi destruída
Pra vencer
a cidadela
Foram
quatro expedições
Que
mobilizaram tropas
De
todas as regiões
“Refluxo
para o passado”
Foi
um crime praticado
Que
denuncia Os Sertões
Com
fuzis e com canhões
Soldados
e artilharia
Contra
o povo sertanejo
A
Matadeira rugia
Atacando
Belo Monte
O
Estado brutamonte
Golpe
final desferia
Chegava
ao fim no sertão
O
massacre de Canudos
Com
degola de cristãos
Que
lutando pela terra
Sentiu
o fogo da guerra
De
irmãos contra irmãos
Quem
restou foi perseguido
A
guerra continuou
Contra
todo e qualquer
Que
posição declarou
A
favor de Conselheiro
Passou
a ser o herdeiro
Do
ódio que se acirrou
Ao
sertanejo restou
Manchada
reputação
“Jagunço
conselheirista”
Sofrendo
perseguição
Por
demonstrar simpatia
Vagueava
e padecia
Por
todo esse sertão
Perpétua
condenação
Sem
terra e sem utopia
Ao
sobreviver à guerra
Não
recebeu anistia
Da
miséria foi herdeiro
Sem
o líder Conselheiro
Novo
calvário inicia
E da
guerra fraticida
Do
massacre consumado
Quem
não fugiu morreu
Quem
ficou foi degolado
Já
morto o Conselheiro
Desenterra
o corpo inteiro
Para
ser decapitado
Sem
outro significado
Precisavam
de um troféu...
O
que restou da cidade
Submerso
mausoléu...
Canudos
foi destruída
Sua
gente tá reunida
Com
Conselheiro no céu
Canudos
não se rendeu
Resiste
nos corações
Na
força do sertanejo
Nas
rimas e nas canções
Nos
documentos da história
Nos
registros da memória
Nos
mais diversos sertões
Escrita
no romanceiro
Em
repente e cantoria
Canudos
se faz presente
A
história desafia
Estudar
e debater
Pra
conseguir entender
O
Brasil de hoje em dia.
Inamar
Santos Coelho
Compilado em 23/04/2022
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