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sábado, 11 de dezembro de 2021
quarta-feira, 8 de dezembro de 2021
terça-feira, 7 de dezembro de 2021
Estória de botija
Tem vezes que o ser humano
Sabe que nasceu sem sorte
Quando se fala em riqueza
É como faca sem corte
Sem o tesouro encontrar
Sua sina é trabalhar
Do nascer até a morte
Trago um pequeno recorte
Um causo de relevância
Contado por minha avó
Nas estórias da infância
De um sonho inquietante
Por demais interessante
Dada toda circunstância
Muito brilho e cintilância
No sonho uma aparição
Informando de botija
Dando a localização
Uma alma de outro mundo
Esvaindo num segundo
Começa a consumição
Sente bastante aflição
Medo e curiosidade
Desenterrar a botija
Coisa de tal gravidade
Aquilo lhe deu insônia
A proposta era medonha
Dava até ansiedade
Sem muita credulidade
Tratou logo de esquecer
Era só um sonho besta
E voltou a adormecer
Lá vem novamente a alma
Informando com mais calma
Fazendo vovó tremer
Estava o sol pra romper
E o sonho se repetindo
Dando conta da botija
A aparição instruindo
Com a hora e o lugar
Onde tinha que cavar
Mas também lhe prevenindo
Vovó ainda dormindo
Naquele sonho sonhado
Todas orientações
Já tinha memorizado:
“Ao começar a cavar
Jamais podia parar
Até ter desenterrado”
“E que tivesse cuidado
Com visage e aparição
Que pra tirar a botija
Tinha essa condição
Não ter um pingo de medo
E também fazer segredo
Pra não chamar atenção”
“Sabendo de antemão
Que o dono vai intervir
Pra proteger a botija
Se caso não conseguir
O ouro vira em torrão
A prata vira carvão
Se por medo desistir”
Até vovó decidir
Passou quase oito dias
Desenterrar a botija
O interesse crescia
O medo se acabando
E ela se imaginando
“Rica da noite pro dia”
Pondo fim nessa agonia
E resolvendo encarar
Perto da meia noite
Dirigiu-se ao lugar
Já no meio do caminho
Passou por ela um velhinho
Caminhando devagar
Passou sem nada falar
E vovó ficou cismada
Um velho desconhecido
Sozinho de madrugada
Numa noite tão escura
Aquela triste figura
Seria alma penada?
Vovó já arrepiada
Com medo de assombração
Foi logo apertando o passo
Com a enxada na mão
Procurar na quixabeira
Começando a tremedeira
Quando aparece um anão
Deu um frio no coração
Ver aquela personagem
Mas vovó passou direto
Surpresa com a coragem
Lembrando o ensinamento
Que sobre aquele momento
Teria muita visagem
Sentiu mexer na folhagem
E deu um frio na espinha
Poderia ser uma onça
Perigo ali sozinha
Do mato veio um jumento
Com um urro agourento
Que vovó ficou durinha
Mas continuar convinha
Segue em frente não recua
Muitas sombras no escuro
Na intermitência da lua
Avistando a quixabeira
Solitária na clareira
Ali vovó se situa
Mais coragem que possua
Em dada situação
Desenterrar a botija
É indigesta missão
Se conseguir fica rica
Mas a coisa se complica
Com medo de assombração
Pegou logo o enxadão
E começou a cavar
Já tava ficando fundo
Já perto de encontrar
Uma luz azul intensa
Na escuridão suspensa
Começou se aproximar
Vovó pegou a rezar
Quase toda arrepiada
Apresou a cavação
Quando surge na estrada
No meio da treva espessa
Um cachorro sem cabeça
Com uma velha montada
Ao levantar a enxada
Contra aquela aparição
Amarela de terror
Desviou a atenção
Daquela regra tão rija
Que pra tirar a botija
Só coragem e oração
Com aquela reação
A luzerna se apagou
O cachorro sem cabeça
Como que evaporou
Pra desgosto de vovó
A botija virou pó
O encanto se quebrou
Essa estória ela contou
Como tantas que contava
Com tanta convicção
Que chega o olho brilhava
São curiosas estórias
Que guardamos na memória
E a infância embalava
E a gente escutava
Dormia morrendo de medo
Se enrolava na coberta
Sem deixar de fora um dedo
Estória de assombração
Se era verdade ou não
Ninguém sabe, é segredo
07/12/2021
sábado, 4 de dezembro de 2021
Cordel da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Euclides da Cunha - 140 anos de fé e missão
E
à Deus inspiração
Para
contar em cordel
Com
respeito e atenção
Para
a geração vindoura
Uma
história inspiradora
Sobre
amor e comunhão
Floresce
nesse sertão
A
história que endossa
Trajetória
que mantém
Augusta
Paróquia, Nossa
Senhora
da Conceição
Plantando
fé e devoção
A
cristandade remoça
Esse
cordel se esboça
Em
muitas informações
Desde
que nasceu o Cumbe
Povoando
estes rincões
Nasce
também a Igreja
Que
na fé o amor enseja
A
vida nestes sertões
Integra a sociedade
Humaniza a nossa gente
Alimenta a cristandade
Faz parte da nossa história
E a sua trajetória
É a mesma da cidade
Com cento e quarenta anos
A história da Paróquia
Vem aos seus paroquianos
Do coração de Jesus
Que nosso povo conduz
Nos desígnios Marianos
N’Os Sertões Euclidianos
Surge o Cumbe do Major
Do Termo de Monte Santo
Com a caatinga em redor
Onde a viva natureza
De luz e sol e beleza
Nos deu o lugar melhor
Com empenho, fé e suor
A capela se assenta
Em meados da década
Mil oitocent’e setenta
Nesse início da cidade
Com toda propriedade
José Aras apresenta
Organizaram leilões
Pra construção da Igreja
Grandes mobilizações
Numa missa celebrada
A comissão foi formada
Para as arrecadações
Na construção da Igreja
Padre Vicente Sabino
Na base dessa peleja
A Igreja da Conceição
Começa sua ascensão
A população festeja
E o progresso lampeja
É criada a Freguesia
Que por Lei Provincial
Novo tempo inicia
No ano de oitenta e um
Foi um fato incomum
O nosso Cumbe premia
No Cumbe já existia
A conhecida capela
Ligada à Massacará
Como a história revela
Assim a primeira igreja
Que essa data festeja
Esse relato interpela
A Paróquia foi criada
No ano de oitenta e um
Fica a data registrada
Sendo dezoito de maio
Do seu maior relicário
A fundação celebrada
Segue firme a construção
No ano de oitenta e cinco
Tem a sua conclusão
A Igreja é terminada
A Padroeira louvada
Senhora da Conceição
Para essa construção
Teve o auxílio divino
Sempre à frente da obra
Padre Vicente Sabino
Do alicerce ao chapisco
O Conselheiro Francisco
O construtor genuíno
Capitão José Higino
Sendo ali enterrado
Como o grande fundador
Do Cumbe tem seu legado
Também Major Antonino
Junto com Padre Sabino
Também ali sepultado
Para o velho casario
Tinha dois belos pilares
José Aras definiu
Como bonita Igreja
Que de Carrara azuleja
Lápides que lhe sortiu
Nova Igreja planejada
No ano de quarenta e cinco
Foi então iniciada
O templo e seu aparto
No ano sessenta e quatro
A obra é terminada
A antiga derrubada
Tristemente demolida
A marca dessa história
Sendo assim destruída
Falada por muitos anos
Por todos paroquianos
A tristeza foi sentida
População se
ufana
Lembrando a
primeira missa
Sob um pé de
cajarana
Chegando ali
pela fé
O novo templo
de pé
Um novo tempo
proclama
Essa história reclama
Conhecer e respeitar
Olhar pra casa de Deus
O lugar pra celebrar
A paz, amor e união
Com Maria em comunhão
A fé em Deus afirmar
Nos cento e quarenta anos
As tantas celebrações
Os festejos marianos
As festas da padroeira
Tantas missas domingueiras
Alento cotidiano
E chegando neste ano
De grande celebração
Da vida dessa paróquia
Nossa casa de oração
Que nossa fé aprimora
Aos pés de Nossa Senhora
Imaculada Conceição
E a ajuda do céu
Pra fazer esse relato
Nos versos desse cordel
Prestar essa homenagem
Construir essa mensagem
Traçar esse painel
Foi buscando ser fiel
À história registrada
Da nossa Euclides da Cunha
Com a Paróquia fundada
Pregando a fé e a paz
Na padroeira que faz
Nossa terra abençoada
Grande
comemoração
Destaca nossa
Paróquia
A guardiã
deste chão
Nossa Igreja
agracia
A luz da
Virgem Maria
Senhora da Conceição.
(Inamar
Coelho, 24/11/2021)
Este Cordel foi escrito, a pedido de Tamires, para a homenagem aos 140 anos da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Euclides da Cunha, que completa em 2021 140 anos de fé e missão.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2021
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