Caro
leitor e amigo
Peço
vossa atenção
Para
que juntos possamos
Fazer
a reflexão
Sobre
a vida e o futuro
Nesse
horizonte escuro
De
filme de ficção
O
mundo está em pânico
Com
um vírus invisível
Que
vem deixando seu rastro
De
uma maneira terrível
Afetando
a humanidade
Com
tanta mortalidade
Em
toda classe ou nível
A
Covid-19
Agora
assola o planeta
Vem
expor fragilidade
Põe
o mundo na roleta
Pondo
fim a hierarquia
Do
rico a primazia
A
soberba, a etiqueta
Iguala
pobres e ricos
Na
mesma fila da morte
Aposenta
o consumo
Revoga
o passaporte
Inutiliza
a riqueza
Expõe
a nossa fraqueza
Unindo o sul com o norte
Expõe
a saúde pública
A
escassez de hospital
A
falta de investimento
Em
saúde é real
Nos
obriga a mudar
A
outro mundo fundar
Não
foi por bem é por mal
Enfrentamos
vária crises
Nessa
nossa nova era
Que
tem feito do Brasil
Tal
distopia severa
A
crise da pandemia
Política
e economia
Eis
verdadeira quimera
Outra
peste que assola
E
causa grande tormento
São
as tais das Fakenews
Minando
o conhecimento
Onde
a maldade conspira
Disseminando
a mentira
Sendo
do ódio fermento
Muitos
mortos pelo mundo
Na
China e em Milão
Dão
alerta ao Brasil
Sobre
a contaminação
Mas
a coisa aqui vai mal
Uma
confusão total
Dada
a polarização
De
um lado a ciência
Recomendando
parar
O
movimento nas ruas
O
contato evitar
Do
outro um presidente
De
maneira negligente
Sem
querer acreditar
A
disputa é descabida
Ciência
e Opinião
Joga
com a vida do povo
Ameaça
uma nação
Em
nome da economia
Desdenha
da pandemia
Sem
temer a reação
Foram
muitos panelaços
Nas
capitais do país
Teve até apoiadores
Desfazendo
seus perfis
Nas
redes da internet
No
jornalismo manchetes
Com
comentários hostis
Mas
ainda tem plateia
Essa
ideia absurda
De
minimizar a vida
Onde
o capital chafurda
Carreatas
e protestos
Comportamento
funesto
Numa
marcha louca e surda
Os
ricos estão aflitos
Com
a parada geral
Empresários
revoltados
Pra
não perder um real
Desdenhando
das medidas
Relativizando
vidas
Na
maior cara de pau
Curioso
que a elite
Tomada
de compaixão
Nunca
vista por sinal
Ante
os pobres da nação
(Pre)-ocupando-se agora
Se
mendigo nessa hora
Vai
ter alimentação
(Ainda
ontem), lembremos
Eram
contra o social
Contra
o bolsa-família
Agora
em tom maternal
Usam
como argumento
Esboçando
sentimento
Preocupação
fraternal
As
pessoas preocupadas
Em
não se contaminar
Muitas
em isolamento
Sem
poderem trabalhar
É
um tempo de pavor
Pela
rede um só clamor
“O
Brasil tem que parar”
Mesmo
assim o presidente
Tá
sempre na contramão
Do
bom senso e da ciência
Fazendo
a convocação
Pra
todo mundo voltar
Para
o Brasil não parar
Que
o vírus é ficção
Intentou
fazer campanha
Para
o Brasil não parar
Mas
a Justiça certeira
O
obrigou a recuar
Mas
ele à revelia
Sem
nenhuma empatia
Na
rua a pavonear
A mídia toda dizendo
Que
sem o isolamento
Faltará
caixão e cova
Pra
tanto sepultamento
E
mesmo assim o seu gado
Se
mostra indignado
Contra
todo argumento
Desdenha
da pandemia
Na
contramão da tragédia
Diz
ser uma gripezinha
Faz
do terror a comédia
Enquanto
seu Ministério
Imune
ao despautério
Tenta
puxar a rédea
Os
Estados da nação
Valendo
da autonomia
Mandou
fechar o comércio
Por
conta da pandemia
Deixando
aberto no entanto
Mercado,
farmácia, banco
A
vida do dia a dia
Assim
parou o consumo
De
roupa, joia e sapato
Perfumes
e assessórios
O
que importa de fato
É
higiene e limpeza
Saúde,
comida na mesa
Isolamento
sensato
Nada
de beijinho no rosto
Ou
mesmo aperto de mão
Abraço
ou ficar juntinho
Nada
de aglomeração
São
medidas para evitar
Do
vírus proliferar
Essa
é nossa condição
Uma
coisa sei que é certa
Nosso
“mundo” se acabou
Vamos
começar do zero
O
modelo fracassou
Educar
o pensamento
Com
novo comportamento
O
vírus nos ultimou
É
preciso entender
O
Brasil não vai parar
O
modelo já faliu
Então, e que tal mudar?
Uma
nova economia
A
partir da pandemia
É
preciso iniciar
Que
tal a Reforma Agrária
Para
esse novo mundo
Garantir
direito à terra
Resolvia
num segundo
Reduzia
nas cidades
Violência
e atrocidade
E
o abismo profundo
A
produção de alimentos
Seria
a salvação
Para
alimentar a todos
Miseráveis
da nação
E
o bom uso da terra
Evitaria
a guerra
Que
está em ebulição
Que
tal dividir os lucros
Dos
bancos e das empresas
Que
exploram nossa gente
Com
toda sua crueza
Enquanto
parte do país
Sofre e baixa a cerviz
Pra
essa classe burguesa
Que
tal reduzir salários
E
estabelecer um teto
Reduzir
desigualdade
Seria
um lindo projeto
Garantir
saúde e vida
Igualdade
e comida
Seria
o mais correto
Democratizar
o acesso
Aos
cursos de medicina
Por
toda nossa nação
A
produção de vacina
Cuidar
mais da nossa gente
Que
morre de fome e doente
Em
toda e qualquer esquina
Ampliar
bolsa família
Para
garantir direitos
Taxar
grandes fortunas
Seria
o ato perfeito
Igualar
ricos e pobres
Juntar
a ralé ao nobre
“O
vírus já deu um jeito”
É
preciso consciência
É
preciso união
Raciocínio
lógico
Olho
vivo pé no chão
Leitura
e entendimento
Discussão
e argumento
Chega
de alienação
Se
você não concordar
Está
em pleno direito
O
que tentei dizer aqui
Com
intuito de preceito
Para
nos fazer pensar
E
atitude tomar
Faço
com todo respeito
Vou
ficando por aqui
Nesse
meu isolamento
De
corpo e de contato
Mas
nunca de pensamento
Poderia
dizer mais
Dessas
discrepâncias tais
Que
se impõem ao momento.
Inamar
Coelho
(30
de março de 2020)
Meu querido amigo e POETA Inamar, que cordellll!!!
ResponderExcluirVc é gênio!
Obrigado Ilza! às vezes a realidade nos força...
ExcluirCara, somente seu cordel como alento para um contexto como esse! Agradeço o presente! Continue lutando também com palavras!
ResponderExcluirObrigado Serpa! a luta é necessária...
ExcluirGenial !!!
ResponderExcluirObrigado!!
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