Cordel pela Consciência Negra
1
O Brasil nosso
país
Imenso por
natureza
Desigualdade
é certeza
Tem aberta
a cicatriz
De africana
matriz
A nossa
maior riqueza
A escravidão
foi empresa
É preciso Consciência
É preciso
resistência
Da negritude
a defesa
2
Por isso
leitor amigo
Chamo vossa
atenção
Pra essa
reflexão
Para isso
que instigo
Ouvindo bem
o que digo
Sobre o
negro da nação
Que depois
da escravidão
Alijado da
história
Minorada a
trajetória
Sua luta e
opressão
A consciência
geral
Partindo d’alguns
olhares
Do desejo
de milhares
Surgindo o
marco legal
Em âmbito
nacional
Aceita em
muitos lugares
Dando ao
tema novos ares
Em dois
mil e onze a lei
Homenagem para
o rei
Do
quilombo dos Palmares
4
Zumbi
homenageado
Dada a sua
resistência
Renovando a
consciência
Garantindo
seu legado
Sendo ele
então vingado
A Palmares
reverência
Que sofreu
a consequência
De lutar
por liberdade
Novembro é
na verdade
Mês negro
por excelência
5
Treze de
maio ficou
Como marca
na memória
Como fato
na história
Como data
que marcou
Lá o pior
começou
Início da
trajetória
Da liberdade
ilusória
Sem a terra
e sem lugar
Sem nome,
sem posse ou lar
De escravo
a escória
6
Os quilombos
que surgiram
Em focos de
resistência
Pela falta
de clemência
Daqueles que
os baniram
Primeiro os
que fugiram
Em tempos
de turbulência
Fugiam da
violência
Do jugo da
opressão
Que embalou
a nação
E clama
por consciência
Nos anos
de mil seiscentos
De noventa
e cinco a data
Nossa história
relata
Um torpe
acontecimento
O assassinato
cruento
Pela traição
ingrata
Que a história
retrata
Foi de Zumbi
a degola
Que o
livro da escola
Pouco conta
pouco trata
8
Lutou pela
liberdade
Um grande herói
se tornou
Sua morte
inaugurou
Do negro a
centralidade
E nossa
sociedade
Muito pouco
avançou
O preconceito
aumentou
É preciso consciência
É preciso
resistência
Pelo que
zumbi legou
Zumbi
acendeu a chama
Lutou contra
a escravidão
Essa data
tem função
Da justiça
que reclama
Sentimento
que inflama
Essa nossa
condição
É questão
da Educação
Avivar a
consciência
Em novembro
a resistência
Contra toda
opressão
10
O Brasil tem
maioria
População negra
e parda
E uma
história que guarda
Passado que
desafia
Saiamos da
letargia
Consciência
não aguarda
Que sejamos
a vanguarda
Dessa negra
resistência
Ciência da
consciência
Que o fascismo
retarda
Ser negro
nesse Brasil
É questão
de identidade
E enfrentar
a maldade
Deixando de
ser servil
Ver no
racismo sutil
Da nossa
sociedade
É um mal
que na verdade
Precisa ser
combatido
E o tema debatido
Junto ao da
desigualdade
12
Se negro
se assumir
Se pardo
se orgulhar
E juntos enfatizar
Até o branco
admitir
Que é preciso
construir
Até ressignificar
A mesma história
contar
Renovando a
consciência
Reforçando
a resistência
Não podemos
esperar
É ensinando
a criança
O jovem
adolescente
Uma consciência
urgente
É semente
de esperança
É o germe
da mudança
Da sociedade
doente
Do preconceito
silente
Que nega o
tal racismo
Alimenta o
comodismo
E segrega
nossa gente
14
Você que
me lê agora
Preste muita
atenção
Nessa orientação
Consciência
não tem hora
Sentimento
que aflora
Basta só
motivação
Revisar nossa
visão
Nossa raça
é humana
O respeito
então reclama
Aprendamos
a lição
15
Vou deixando
este recado
Para qualquer
estudante
Pra que
daqui por diante
Não precise
ser cobrado
Já que por
ser educado
Já não sendo
ignorante
O preconceito
é vexante
É preciso combater
Estudar e
entender
Que o
racismo é aviltante
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A história
nos ensina
Que precisamos
mudar
Que é
preciso revisar
A ideia
que domina
Na mente
fazer faxina
Para o
passado olhar
A consciência
fundar
O negro
merece respeito
E acabar o
preconceito
E o
racismo exterminar.
Inamar
Coelho, 2/11/2018. Texto em cordel incentivado pela colega Luciana Macêdo para
o novembro negro.
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