terça-feira, 5 de abril de 2016

O Rei do Forró é do Cumbe!


Caro leitor amigo
Peço vossa atenção
Pra falar de um homem
De grande reputação
Artista de muita fama
Que o Brasil todo aclama
Mas nem tanto no sertão

Falo de um grande artista
Músico por excelência
Compositor sanfoneiro
Da mais alta competência
Aqui no Cumbe nasceu
E esquecido morreu
Mês deixou sua essência

Nascia um euclidense
Em vinte e seis de abril
Do ano de vinte e sete
Tá no registro civil
Filho de Aureliano
Homem de muito tutano
Neste sertão do Brasil

O mestre Aureliano
Afinador de sanfona
Fato muito curioso
Que pouco se leciona
Foi genitor desse homem
E avô de outro nome
Que fama coleciona

Este grande de que falo
É um tanto desconhecido
Um quanto ignorado
Castigo imerecido
Pois ele é responsável
E o Rei mais que provável
Do forró instituído

O que digo é verdade
E é o que quero mostrar
Esse homem é responsável
Pelo forró prosperar
Leia com toda atenção
Essa minha explicação
E você vai concordar
  
No ano de 46
Dezenove de idade
Muda-se para são Paulo
Buscando prosperidade
Como todo sertanejo
Esse era seu desejo
Dada sua habilidade

Era exímio sanfoneiro
Artista, autodidata
Seguindo os passos do pai
É o que a história relata
No fole de 8 baixo
Não ficava cabisbaixo
Verdadeiro acrobata

Alavancou o forró
No sudeste brasileiro
No fole de oito baixo
Do forró foi pioneiro
O xote "Roseira do norte"
Sendo o seu passaporte
Em 56 o primeiro

No ano de 64
Fundou uma gravadora
A famosa Cantagalo
Do forró ampliadora
Todo e qualquer sertanejo
Que tivesse tal desejo
Ela era a difusora

O famoso Dominguinhos
Na época iniciante
Foi graças à Cantagalo
E ao talento pulsante
Que o Brasil conheceu
E Dominguinhos cresceu
O seu sucesso vibrante

Foi primeira gravadora
Chamada alternativa
Pois não tinha voz nem vez
Na camada lucrativa
Impulsionou a carreira
Quebrando a tal barreira
Pessoal e coletiva

Muita gente ali gravou
De fama nacional
Anastácia e Ary Lobo
Zé Gonzaga, Genial
Até Jackson do pandeiro
Outro grande brasileiro
De sucesso colossal

No ano de 66
Abre casa de forró
Ali no bairro do Brás
Não tinha lugar melhor
Era o ponto de encontro
E tudo estava pronto
Não tinha forró maior

Todo grande sanfoneiro
Naquele palco tocava
Todo e qualquer nordestino
Que em são Paulo morava
Ali matava a saudade
E sua outra metade
Naquele forró encontrava

Você já está curioso
Para saber de quem falo
Tenha calma meu amigo
Daqui a pouco assinalo
É que a curiosidade
Alimenta a novidade
Até que dê o estalo

Mas vou dar mais um detalhe
Para não ficar maçante
Seu filho é muito famoso
E tem sucesso marcante
Oswaldinho do Acordeon
Filho que herdou o dom
E o talento brilhante

Agora você já sabe
De quem eu estou falando
É de Pedro Sertanejo
Mas vou logo avisando
Este artista querido
Não pode ser esquecido
É algo que estou cobrando
  
Músicas mais de quinhentas 
Compõe o seu repertório
Do autentico forró
Com seu talento notório
Tal homenagem merece
E o forró agradece
Deste ato é meritório

Pedro de Almeida e Silva
Nosso Pedro Sertanejo
Promover nosso forró
Esse era o seu desejo
E hoje paira esquecido
La no passado perdido
Mudar isso eu pelejo

Pedro é o Rei do forró
Pois Luiz é do Baião
Pois foi Pedro sertanejo
Que o tirou do Sertão
Levando para o sudeste
Lá o forró se reveste
De pompa e convicção

É o forró pé-de-serra
Da sanfona pé de bode
Aquele pra dançar juntinho
Que o corpo todo sacode
Que a morena peneira
O suor é de biqueira
Se um cansa o outro acode

Pedro tocou em Euclides
Pouco antes de morrer
Se disse muito feliz
Em sua terra rever
Mas pouco tem se falado
E muito menos lembrado
Que dirá reconhecer

Em 2017
Faz 20 anos da morte
E se renova a lembrança
Por sua herança forte
Pelo forró pé-de-serra
Fazendo da nossa terra
Um lugar de muita sorte

A cidade de Euclides
Precisa homenagear
A história desse filho
E sua arte sem par
Disco, mais de cinquenta
Música, mais de quinhentas
Figura tão singular

Merece memorial
Por sua ilustre sanfona
Merece ser estudado
Por ser ilustre persona
Por todo o seu legado
Que tão pouco é notado
Que pouco se menciona

Jurema Mascarenhas Paes
A cantora brasileira
Nascida em salvador
Em tese muito certeira
Trata a casa de forró
Como o espaço melhor
De interação verdadeira

Para tal e qual teórica
Boa sociabilidade
Criada no seu forró
Servia bem na verdade
Ao migrante sertanejo
Como espaço de festejo
E pra curar a saudade

Espero em ver o dia
Que o povo reconheça
Na figura desse homem
O respeito que mereça
Que conheça sua história
E preserve sua memória
Antes que desapareça

Vou ficando por aqui
Já deixei o meu recado
Sobre Pedro Sertanejo
Um euclidense arretado
Artista da nossa terra
Sua vida de encerra
Mas merece ser lembrado.

Se quiser conhecer mais
O Youtube fornece
Muitas composições
Ouvir com calma merece
O xote Roseira do norte
Ouça e terá a sorte
do melhor que se conhece.

Por Inamar Santos Coelho, 04 de abril de 2016, singela homenagem à proximidade dos 20 anos de morte de Pedro Sertanejo.

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