O causo do ET no forró de Zé Roela
Prezado leitor
de agora
Peço um pouco de atenção
Pra contar uma prosa
Um causo sem invenção
Ocorrida em um forró
Nos cafundó do sertão
Na noite de São
João
No forró de Zé Roela
Nas paragens da caatinga
Na fazenda espinhela
A festa da redondeza
Maioria parentela
Zefinha pomba
na goela
Organizou a festança
A fogueira sem tamanho
Comida com abastança
Cachaça de todo tipo
E o terreiro pra dança
O povo no rela-pança
Rasta-pé sobe a poeira
Muito jeca tabaréu
E véio fim de carreira
Tomando pinga de gole
No meio da bagaceira
Muita moça
regateira
E muita véia banguela
Rela-bucho, bate-cocha
No forró de Zé Roela
O sanfoneiro inspirado
Desse sertão sem tramela
Ninguém
segurando vela
Todo mundo na algazarra
Já chegando a meia noite
Era aquele agarra-agarra
Sobre as cabeças o céu
E sob os pés a piçarra
Uma figura
bizarra
Se aproximou da folia
Era um ET do espaço
Que tava ali de vigia
Sobrevoando a caatinga
Em sua nave tão fria
Quebrando a
monotonia
Da solidão do espaço
Resolveu entrar na festa
Deu uma de joão sem braço
Tomou a forma de gente
Chegou dono do pedaço
No meio do
estardalhaço
Com a luz de candeeiro
A fogueira iluminava
Só o meio do terreiro
Com as feições de tabareu
Entrou meio sorrateiro
Já no meio do
salseiro
Meio fora do compasso
Se via que aquele jeca
Não aguentava o trompaço
Na muvuca do forró
Tipo guerra do cangaço
Um véio sem
embaraço
Deu-lhe logo uma dedada
Que ele deu um grito fino
Foi aquela patacoada
Só que naquela muvuca
Ninguém viu a presepada
Sentiu a
chapuletada
Embaixo do pé do ouvido
De uma mulher que dançava
Rodando com seu marido
Começou a ver estrelas
Com o tapa recebido
Já estava
arrependido
De cair na enrascada
Quando Totonha pé branco
Veio toda espevitada
Lhe deu um copo de pinga
Que ele bebeu de lapada
Sentiu a goela
queimada
Tal cachaça de urtiga
E o zóio em labareda...
Numa zanga da bexiga
Foi Tonho bafo de bosta
Pro ET caçando briga
Com um soco na
barriga
O ET caiu de costa
Zefinha Pomba na Goela
Empurrou bafo de bosta
No forró de zé ruela
Perde feio quem aposta
E Tonho lhe deu
as costas
O ET se levantou
Zefinha botando ordem
O forró continuou
Com os foguetes de Zefa
O ET se assustou
E logo
despirocou
Pensando ser um ataque
Procurou sua pistola
Quase deu e peripaque
Tinha sumido na queda
E assim sentiu o baque
Mas no disfarce
era craque
Se transformou em mulher
Logo o caldo entonou
Foi aquele paracé
Quando Chico venta aberta
Pegou logo no seu pé
Metro e meio
batoré
Pegou da mão da donzela
Puxou ela pro terreiro
No forró de Zé Ruela
E venta aberta arrochando
Na direção da cancela
Atravessarro a
pinguela
Pra depois ganhar o mato
Quando chico venta aberta
Ficou logo estupefato
O ET se revelou
No seu estranho formato
Tinha entrado
de gaiato
Pensou ser uma visagem
Logo Chico venta aberta
Que nunca teve coragem
Desembalou na carreira
Fez poeira na rodagem
E já sem a
camuflagem
O ET partiu as pressas
Nunca mais iria entrar
Numa enrascada dessas
Um planeta como esse
Pra ele não interessa
Chico até hoje
se estressa
Quando lembra do incidente
Quase foi abduzido
Por ser tolo e imprudente
Querer um ET mulher
Venta aberta saliente
A nave se foi
silente
Passou por sobre o forró
Uns pensaram que as luzes
Era luserna ou fifó
Ou era estrela cadente
Ou efeito do goró
Venta aberta e
ele só
Sabia o que tinha visto
Depois do acontecido
Pegaram o pobre pra cristo
E essa história todinha
Só ele tem o registro
Só ele ficou
mal visto
Dessa história esquisita
Do forró de zé ruela
Depois de muita birita
Que não foi abduzido
Quase ninguém acredita
Saiu com a
senhorita
E ganhou o matagal
E lá mesmo descobriu
Uma nave espacial
Não se sabe o que o ET
Fez com ele afinal
O boato foi
geral
Uma confusão daquela
Contou zé bafo de bosta
E Zefa pomba na goela
A confusão do ET
No forró de zé roela
Totonha que é
tagarela
Espalhou na região
Que o Chico venta aberta
Tava com agarração
Com um ET macho e feme
Numa tal de abdução
Venta aberta
faz questão
De negar o ocorrido
Que foi tudo da cachaça
Que não foi abduzido
Mas o sertão todo sabe
Desse causo acontecido.
23/03/2025
Peço um pouco de atenção
Pra contar uma prosa
Um causo sem invenção
Ocorrida em um forró
Nos cafundó do sertão
No forró de Zé Roela
Nas paragens da caatinga
Na fazenda espinhela
A festa da redondeza
Maioria parentela
Organizou a festança
A fogueira sem tamanho
Comida com abastança
Cachaça de todo tipo
E o terreiro pra dança
Rasta-pé sobe a poeira
Muito jeca tabaréu
E véio fim de carreira
Tomando pinga de gole
No meio da bagaceira
E muita véia banguela
Rela-bucho, bate-cocha
No forró de Zé Roela
O sanfoneiro inspirado
Desse sertão sem tramela
Todo mundo na algazarra
Já chegando a meia noite
Era aquele agarra-agarra
Sobre as cabeças o céu
E sob os pés a piçarra
Se aproximou da folia
Era um ET do espaço
Que tava ali de vigia
Sobrevoando a caatinga
Em sua nave tão fria
Da solidão do espaço
Resolveu entrar na festa
Deu uma de joão sem braço
Tomou a forma de gente
Chegou dono do pedaço
Com a luz de candeeiro
A fogueira iluminava
Só o meio do terreiro
Com as feições de tabareu
Entrou meio sorrateiro
Meio fora do compasso
Se via que aquele jeca
Não aguentava o trompaço
Na muvuca do forró
Tipo guerra do cangaço
Deu-lhe logo uma dedada
Que ele deu um grito fino
Foi aquela patacoada
Só que naquela muvuca
Ninguém viu a presepada
Embaixo do pé do ouvido
De uma mulher que dançava
Rodando com seu marido
Começou a ver estrelas
Com o tapa recebido
De cair na enrascada
Quando Totonha pé branco
Veio toda espevitada
Lhe deu um copo de pinga
Que ele bebeu de lapada
Tal cachaça de urtiga
E o zóio em labareda...
Numa zanga da bexiga
Foi Tonho bafo de bosta
Pro ET caçando briga
O ET caiu de costa
Zefinha Pomba na Goela
Empurrou bafo de bosta
No forró de zé ruela
Perde feio quem aposta
O ET se levantou
Zefinha botando ordem
O forró continuou
Com os foguetes de Zefa
O ET se assustou
Pensando ser um ataque
Procurou sua pistola
Quase deu e peripaque
Tinha sumido na queda
E assim sentiu o baque
Se transformou em mulher
Logo o caldo entonou
Foi aquele paracé
Quando Chico venta aberta
Pegou logo no seu pé
Pegou da mão da donzela
Puxou ela pro terreiro
No forró de Zé Ruela
E venta aberta arrochando
Na direção da cancela
Pra depois ganhar o mato
Quando chico venta aberta
Ficou logo estupefato
O ET se revelou
No seu estranho formato
Pensou ser uma visagem
Logo Chico venta aberta
Que nunca teve coragem
Desembalou na carreira
Fez poeira na rodagem
O ET partiu as pressas
Nunca mais iria entrar
Numa enrascada dessas
Um planeta como esse
Pra ele não interessa
Quando lembra do incidente
Quase foi abduzido
Por ser tolo e imprudente
Querer um ET mulher
Venta aberta saliente
Passou por sobre o forró
Uns pensaram que as luzes
Era luserna ou fifó
Ou era estrela cadente
Ou efeito do goró
Sabia o que tinha visto
Depois do acontecido
Pegaram o pobre pra cristo
E essa história todinha
Só ele tem o registro
Dessa história esquisita
Do forró de zé ruela
Depois de muita birita
Que não foi abduzido
Quase ninguém acredita
E ganhou o matagal
E lá mesmo descobriu
Uma nave espacial
Não se sabe o que o ET
Fez com ele afinal
Uma confusão daquela
Contou zé bafo de bosta
E Zefa pomba na goela
A confusão do ET
No forró de zé roela
Espalhou na região
Que o Chico venta aberta
Tava com agarração
Com um ET macho e feme
Numa tal de abdução
De negar o ocorrido
Que foi tudo da cachaça
Que não foi abduzido
Mas o sertão todo sabe
Desse causo acontecido.