domingo, 23 de março de 2025

O causo do ET no forró de Zé Roela

 


O causo do ET no forró de Zé Roela


Prezado leitor de agora
Peço um pouco de atenção
Pra contar uma prosa
Um causo sem invenção
Ocorrida em um forró
Nos cafundó do sertão
 
Na noite de São João
No forró de Zé Roela
Nas paragens da caatinga
Na fazenda espinhela
A festa da redondeza
Maioria parentela
 
Zefinha pomba na goela
Organizou a festança
A fogueira sem tamanho
Comida com abastança
Cachaça de todo tipo
E o terreiro pra dança
 
O povo no rela-pança
Rasta-pé sobe a poeira
Muito jeca tabaréu
E véio fim de carreira
Tomando pinga de gole
No meio da bagaceira
 
Muita moça regateira
E muita véia banguela
Rela-bucho, bate-cocha
No forró de Zé Roela
O sanfoneiro inspirado
Desse sertão sem tramela
 
Ninguém segurando vela
Todo mundo na algazarra
Já chegando a meia noite
Era aquele agarra-agarra
Sobre as cabeças o céu
E sob os pés a piçarra
 
Uma figura bizarra
Se aproximou da folia
Era um ET do espaço
Que tava ali de vigia
Sobrevoando a  caatinga
Em sua nave tão fria
 
Quebrando a monotonia
Da solidão do espaço
Resolveu entrar na festa
Deu uma de joão sem braço
Tomou a forma de gente
Chegou dono do pedaço
 
No meio do estardalhaço
Com a luz de candeeiro
A fogueira iluminava
Só o meio do terreiro
Com as feições de tabareu
Entrou meio sorrateiro
 
Já no meio do salseiro
Meio fora  do compasso
Se via que aquele jeca
Não aguentava o trompaço
Na muvuca do forró
Tipo guerra do cangaço
 
Um véio sem embaraço
Deu-lhe logo uma dedada
Que ele deu um grito fino
Foi aquela patacoada
Só que naquela muvuca
Ninguém viu a presepada
 
Sentiu a chapuletada
Embaixo do pé do ouvido
De uma mulher que dançava
Rodando com seu marido
Começou a ver estrelas
Com o tapa recebido
 
Já estava arrependido
De cair na enrascada
Quando Totonha pé branco
Veio toda espevitada
Lhe deu um copo de pinga
Que ele bebeu de lapada
 
Sentiu a goela queimada
Tal cachaça de urtiga
E o zóio em labareda...
Numa zanga da bexiga
Foi Tonho bafo de bosta
Pro ET caçando briga
 
Com um soco na barriga
O ET caiu de costa
Zefinha Pomba na Goela
Empurrou bafo de bosta
No forró de zé ruela
Perde feio quem aposta
 
E Tonho lhe deu as costas
O ET se levantou
Zefinha botando ordem
O forró continuou
Com os foguetes de Zefa
O ET se assustou
 
E logo despirocou
Pensando ser um ataque
Procurou sua pistola
Quase deu e peripaque
Tinha sumido na queda
E assim sentiu o baque
 
Mas no disfarce era craque
Se transformou em mulher
Logo o caldo entonou
Foi aquele paracé
Quando Chico venta aberta
Pegou logo no seu pé
 
Metro e meio batoré
Pegou da mão da donzela
Puxou ela pro terreiro
No forró de Zé Ruela
E venta aberta arrochando
Na direção da cancela
 
Atravessarro a pinguela
Pra depois ganhar o mato
Quando chico venta aberta
Ficou logo estupefato
O ET se revelou
No seu estranho formato
 
Tinha entrado de gaiato
Pensou ser uma visagem
Logo Chico venta aberta
Que nunca teve coragem
Desembalou na carreira
Fez poeira na rodagem
 
E já sem a camuflagem
O ET partiu as pressas
Nunca mais iria entrar
Numa enrascada dessas
Um planeta como esse
Pra ele não interessa
 
Chico até hoje se estressa
Quando lembra do incidente
Quase foi abduzido
Por ser tolo e imprudente
Querer um ET mulher
Venta aberta saliente
 
A nave se foi silente
Passou por sobre o forró
Uns pensaram que as luzes
Era luserna ou fifó
Ou era estrela cadente
Ou efeito do goró
 
Venta aberta e ele só
Sabia o que tinha visto
Depois do acontecido
Pegaram o pobre pra cristo
E essa história todinha
Só ele tem o registro
 
Só ele ficou mal visto
Dessa história esquisita
Do forró de zé ruela
Depois de muita birita
Que não foi abduzido
Quase ninguém acredita
 
Saiu com a senhorita
E ganhou o matagal
E lá mesmo descobriu
Uma nave espacial
Não se sabe o que o ET
Fez com ele afinal
 
O boato foi geral
Uma confusão daquela
Contou zé bafo de bosta
E Zefa pomba na goela
A confusão do ET
No forró de zé roela
 
Totonha que é tagarela
Espalhou na região
Que o Chico venta aberta
Tava com agarração
Com um ET macho e feme
Numa tal de abdução
 
Venta aberta faz questão
De negar o ocorrido
Que foi tudo da cachaça
Que não foi abduzido
Mas o sertão todo sabe
Desse causo acontecido.
 
23/03/2025

segunda-feira, 3 de março de 2025

Um Oscar, grande vitória!


 

Café a preço de ouro


 No governo passado pela sanha liberal foram desmantelados todos os depósitos das Conabs no Brasil que eram responsáveis pelos estoques reguladores dos produtos brasileiros para evitar a inflação. Tal atrocidade deixou os produtos a mercê da oferta e da procura do mercado, bem como do valor do dólar, sem que o Estado possa fazer nada para conter a inflação. Some-se a isso a Lei Kandir de 1996, outra aberração liberal, que isenta de impostos os produtos destinados à exportação. A ignorância sobre tais circunstâncias garantida pela mídia alinhada com o Agro exportador faz o brasileiro acreditar que o preço alto do café é culpa do governo Lula e não da escassez do produto que foi exportado com o dólar alto. É preciso pesquisar.