Houve um tempo que Cumbe era usado pejorativamente como símbolo de atraso, hoje tudo muda de figura. O termo Cumbe está em lojas, em marcas, em nomes artísticos, reforçando uma identidade. O termo Kumbi vem da língua de Angola na mãe África, do Kimbundo, significa o sol, a claridade da luz do dia, mas também significa Quilombo. José Aras escreveu no Sertão Conselheiro que "segundo alguns, Cumbe é boteco de cachaça", e essa noção equivocada foi usada para mudar o nome para Euclides da Cunha. A Vila do Cumbe foi desmembrada de Monte Santo pela Lei Provincial n° 255 em 11 de junho de 1898 e neste ano de 2024 completou 126 anos de emancipação como vila autônoma. O Cumbe viu em sua terra o massacre vergonhoso de Canudos, o Cumbe viu nascer Pedro Sertanejo, o Cumbe recebeu Lampião, o Cumbe é nossa ancestralidade de negros, indígenas e sertanejos que fundaram está terra com seu suor e seu sangue.
sexta-feira, 20 de setembro de 2024
sábado, 7 de setembro de 2024
Uma ode às feiras livres
Uma
ode às feiras-livres
Com saudações cordiais
A quem porventura ler
Sobre as nossas feiras-livres
Das quais venho discorrer
Para o terceiro Zoordel
Nos versos deste cordel
Com todo orgulho e prazer:
Primeiro reconhecer
Com saudações cordelistas
Conhecidas feiras-livres
Como um berço de artistas
Com saberes e sabores
Cheiros, sons, toques e cores
Pra nativos e turistas
Objeto de cronistas
Destino das novidades
As ancestrais feiras-livres
Deram origem às cidades
Os velhos guardam memórias
Os novos ouvem as histórias
Das letras e oralidades
Lugar de oportunidades
De comprar, vender, trocar
As feiras-livres resistem
Em quase todo lugar
Espaços de interação
Reduto da Tradição
Da Cultura Popular
Nela se pode encontrar
A arte do artesão
Itens da agricultura
Com o calor do povão
Com interação assaz
Nas feiras-livres se faz
A vida em força e pulsão
Saberes sem restrição
Num caldeirão cultural
As feiras-livres promovem
Convivência social
Da plebe à burguesia
Salvaguarda economia
No cerne comercial
Vige evento atemporal
Palco das diversidades
De tradições, de culturas
Reforçando identidades
Artesãos e ambulantes
Artistas, gentes, feirantes
Em todas nossas cidades
Cores e variedades
Da cultura brasileira
Dos primórdios até hoje
Feira-livre alvissareira
Espaço de equidade
Um palco da humanidade
Que se configura a feira
Importância verdadeira
Para socialização
As feiras-livres promovem
Intensa aglomeração
O povo se reencontra
Na feira o artista encontra
Espaço e divulgação
No mais distante rincão
Tem na feira seu alento
Ambulantes e feirantes
Dela tiram seu sustento
“Shopping” por definição
É trabalho, é diversão
Lugar de pertencimento
Dado o desenvolvimento
As feiras evoluíram
Com as tecnologias
As novidades surgiram
Feira-livre, firme e forte
De pequeno ou grande porte
No seu padrão resistiram
As feiras não se extinguiram
Com o Comércio pujante
Laços de afetividade
Fazem da feira pulsante
Nesse belo painel
Do seu público fiel
Tem apoio importante
A feira é preponderante
Na vida de uma cidade
Para o pobre periférico
Pra toda comunidade
E por isso hoje a feira
Tradicional brasileira
Exibe vitalidade
Na contemporaneidade
Com tantas contradições
É lugar de resistência
Pra estreitar relações
Seus usuários aprovam
Feiras-livres se renovam
Exibem novas versões
Reduto de multidões
A feira-livre é destino
Buscando o preço menor
E o contato genuíno
Como peculiaridade
Pois a sociabilidade
Tá no sangue Nordestino
No início campesino
Nas vilas e povoados
Viram surgir com a feira
O comércio organizado
Feira-livre ainda existe
Resistindo subsiste
Sem perder o seu reinado
É o espaço consagrado
Para trocas sociais
Nas feiras tem tradição
E valores culturais
Onde convivem concordes
De proletários à lordes
Todas classes sociais
Sobretudo, além do mais
Faz-se mister ressaltar
Que a comida da feira
É pra todo paladar
Sarapatel e buchada
Com galinha e quiabada
É pra comer e rezar
Frutas pra saborear
Caju, manga e graviola
Umbu, cajá, sapoti
Uma moda de viola
Na Feira bater um papo
Com licor de jenipapo
Voz, “Tareco e mariola”
Feijão verde na sacola
Com pesada de fussura
Um cordão de licuri
Tijolo de rapadura
Agricultor dá o tom
Feira tem do que é bom
Do cerne da Agricultura
Tem lindas xilogravuras
Feitura de artesanato
Rede, bogó, arupemba
Tem do chapéu ao sapato
Cantada em prosa e verso
É a feira um universo
Tudo de bom e barato
E quem quer o melhor prato
De tudo se tem na feira
Tripa e ovo de codorna
Tapioca e macaxeira
Rim guisado sem desleixo
Manuê e quebra-queixo
Da Tradição Catingueira
E nossa gente guerreira
Faz a feira exuberante
Na ebulição cultural
No clima contagiante
Respeitar a tradição
Seu espaço e seu padrão
Seu legado, doravante
E respeitar o feirante
Na lida de cada dia
Na dinâmica da feira
Resistindo à revelia
Ele é protagonista
Nesse palco ele é artista
Trabalha com alegria
Ele faz com maestria
A bela recepção
Ao dispor dos seus produtos
Com diligente atenção
Para atender ao cliente
Realizado e contente
Segue com satisfação
Para além da relação
Entre feirante e cliente
A feira-livre promove
Aglomerado de gente
De muitas cosmovisões
Para todas gerações
Um espaço abrangente
E na feira é recorrente
Repentistas, cantadores
Para aglutinar o povo
Os poetas precursores
Da Cultura e Tradição
Com a viola na mão
Cantando dores/amores
Entre artes e labores
A feira-livre é lugar
Onde a vida se renova
De um modo singular
Sendo a feira tão plural
Um caldeirão cultural
No conceito basilar
E assim para encerrar
Essa breve explanação
Ressalto que as feiras-livres
Acima de tudo elas são
De modo simples didático
Ambiente democrático
Na sua organização
E grato pela atenção
Deixo aqui este recado
Sobre nossas feiras-livres
E seu enorme legado
Que depois do feudalismo
Ganhou no capitalismo
Seu espaço consagrado
No mundo modernizado
Com mercado virtual
As feiras prosseguem vivas
Com todo potencial...
Tem maquineta na mão
Com Cheque, Pix, Cartão
(Não há feira virtual)
E chegando ao final
Busquei tentar ser fiel
Ao falar das feiras-livres
Traçando tal painel
Do ensejo aproveito
Pra deixar todo respeito
Nos versos desse cordel.
21/06/2024
Com saudações cordiais
A quem porventura ler
Sobre as nossas feiras-livres
Das quais venho discorrer
Para o terceiro Zoordel
Nos versos deste cordel
Com todo orgulho e prazer:
Primeiro reconhecer
Com saudações cordelistas
Conhecidas feiras-livres
Como um berço de artistas
Com saberes e sabores
Cheiros, sons, toques e cores
Pra nativos e turistas
Objeto de cronistas
Destino das novidades
As ancestrais feiras-livres
Deram origem às cidades
Os velhos guardam memórias
Os novos ouvem as histórias
Das letras e oralidades
Lugar de oportunidades
De comprar, vender, trocar
As feiras-livres resistem
Em quase todo lugar
Espaços de interação
Reduto da Tradição
Da Cultura Popular
Nela se pode encontrar
A arte do artesão
Itens da agricultura
Com o calor do povão
Com interação assaz
Nas feiras-livres se faz
A vida em força e pulsão
Saberes sem restrição
Num caldeirão cultural
As feiras-livres promovem
Convivência social
Da plebe à burguesia
Salvaguarda economia
No cerne comercial
Vige evento atemporal
Palco das diversidades
De tradições, de culturas
Reforçando identidades
Artesãos e ambulantes
Artistas, gentes, feirantes
Em todas nossas cidades
Cores e variedades
Da cultura brasileira
Dos primórdios até hoje
Feira-livre alvissareira
Espaço de equidade
Um palco da humanidade
Que se configura a feira
Importância verdadeira
Para socialização
As feiras-livres promovem
Intensa aglomeração
O povo se reencontra
Na feira o artista encontra
Espaço e divulgação
No mais distante rincão
Tem na feira seu alento
Ambulantes e feirantes
Dela tiram seu sustento
“Shopping” por definição
É trabalho, é diversão
Lugar de pertencimento
Dado o desenvolvimento
As feiras evoluíram
Com as tecnologias
As novidades surgiram
Feira-livre, firme e forte
De pequeno ou grande porte
No seu padrão resistiram
As feiras não se extinguiram
Com o Comércio pujante
Laços de afetividade
Fazem da feira pulsante
Nesse belo painel
Do seu público fiel
Tem apoio importante
A feira é preponderante
Na vida de uma cidade
Para o pobre periférico
Pra toda comunidade
E por isso hoje a feira
Tradicional brasileira
Exibe vitalidade
Na contemporaneidade
Com tantas contradições
É lugar de resistência
Pra estreitar relações
Seus usuários aprovam
Feiras-livres se renovam
Exibem novas versões
Reduto de multidões
A feira-livre é destino
Buscando o preço menor
E o contato genuíno
Como peculiaridade
Pois a sociabilidade
Tá no sangue Nordestino
No início campesino
Nas vilas e povoados
Viram surgir com a feira
O comércio organizado
Feira-livre ainda existe
Resistindo subsiste
Sem perder o seu reinado
É o espaço consagrado
Para trocas sociais
Nas feiras tem tradição
E valores culturais
Onde convivem concordes
De proletários à lordes
Todas classes sociais
Sobretudo, além do mais
Faz-se mister ressaltar
Que a comida da feira
É pra todo paladar
Sarapatel e buchada
Com galinha e quiabada
É pra comer e rezar
Frutas pra saborear
Caju, manga e graviola
Umbu, cajá, sapoti
Uma moda de viola
Na Feira bater um papo
Com licor de jenipapo
Voz, “Tareco e mariola”
Feijão verde na sacola
Com pesada de fussura
Um cordão de licuri
Tijolo de rapadura
Agricultor dá o tom
Feira tem do que é bom
Do cerne da Agricultura
Tem lindas xilogravuras
Feitura de artesanato
Rede, bogó, arupemba
Tem do chapéu ao sapato
Cantada em prosa e verso
É a feira um universo
Tudo de bom e barato
E quem quer o melhor prato
De tudo se tem na feira
Tripa e ovo de codorna
Tapioca e macaxeira
Rim guisado sem desleixo
Manuê e quebra-queixo
Da Tradição Catingueira
E nossa gente guerreira
Faz a feira exuberante
Na ebulição cultural
No clima contagiante
Respeitar a tradição
Seu espaço e seu padrão
Seu legado, doravante
E respeitar o feirante
Na lida de cada dia
Na dinâmica da feira
Resistindo à revelia
Ele é protagonista
Nesse palco ele é artista
Trabalha com alegria
Ele faz com maestria
A bela recepção
Ao dispor dos seus produtos
Com diligente atenção
Para atender ao cliente
Realizado e contente
Segue com satisfação
Para além da relação
Entre feirante e cliente
A feira-livre promove
Aglomerado de gente
De muitas cosmovisões
Para todas gerações
Um espaço abrangente
E na feira é recorrente
Repentistas, cantadores
Para aglutinar o povo
Os poetas precursores
Da Cultura e Tradição
Com a viola na mão
Cantando dores/amores
Entre artes e labores
A feira-livre é lugar
Onde a vida se renova
De um modo singular
Sendo a feira tão plural
Um caldeirão cultural
No conceito basilar
E assim para encerrar
Essa breve explanação
Ressalto que as feiras-livres
Acima de tudo elas são
De modo simples didático
Ambiente democrático
Na sua organização
E grato pela atenção
Deixo aqui este recado
Sobre nossas feiras-livres
E seu enorme legado
Que depois do feudalismo
Ganhou no capitalismo
Seu espaço consagrado
No mundo modernizado
Com mercado virtual
As feiras prosseguem vivas
Com todo potencial...
Tem maquineta na mão
Com Cheque, Pix, Cartão
(Não há feira virtual)
E chegando ao final
Busquei tentar ser fiel
Ao falar das feiras-livres
Traçando tal painel
Do ensejo aproveito
Pra deixar todo respeito
Nos versos desse cordel.
21/06/2024
Texto produzido para 3ª Edição do Concurso de Coordel - Zoordel - realizado pela Rede de Museus da UEFS, Casa do Sertão, PROGEL e PROEX da UEFS Editora, ficando o presente texto em 5º lugar em 166 classificados.
"Olhando tal resultado, estou sem acreditar, que o meu cordel sobre a feira, tirou o 5º lugar, é mesmo feliz surpresa, por esta grande proeza, motivo de se orgulhar."
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