domingo, 25 de outubro de 2015

Em homenagem aos colegas da Especialização em Ensino de Filosofia no ensino Médio – UFBA 2014/2015.


Caros colegas e amigos
É chegado o final
Dessa nossa trajetória
E uma coisa é natural
Essa tal de nostalgia
Com o que se anuncia
Despedida coisa e tal

Já passamos de um ano
Nesse palco virtual
São tantas filosofias
Mas o ponto principal
Eu tenho a convicção
Se deu na interação
e no desafio total

Ivan Carlos vou dizer
Com seus textos geniais
Com seu olhar crítico
E suas flechadas mortais
Foi um conteúdo a parte
Com todo engenho e arte
Filosofou, nada mais

E o primo Teomar
Demonstrou convicção
Experiência na lida
Ensinar é sua missão
Nunca deixou de postar
Algo de bom pra somar
A todos dando atenção

Gilvany conhecedor
Dessa labuta docente
Trouxe sua experiência
E o saber evidente
Sempre na interação
Trazendo de antemão
Sempre algo pertinente

José Oreste também
Num discurso cuidadoso
Com a força do orixá
Com seu jeito zeloso
Interagiu do seu jeito
Atendendo ao pleito
De um modo proveitoso

Carlos Eduardo Gomes
Que nunca nos deixou só
Sempre apostos e atento
Dando sempre seu melhor
Merece um adjetivo
Dois pontos: “objetivo”
Nosso grande tutor mor

Suas considerações
Indicando a direção
Quando escritas em vermelho
Causando tanta aflição
Àqueles que descuidados
Que por ventura enganados
Mantinham a objeção

Orientação constante
E muito conhecimento
Sempre argumentador
E atenção a contento
Vendo possibilidades
Ressaltando qualidades
E a tudo sempre atento

Lívia Silvana também
Foi boa de interação
Sempre atenta aos detalhes
Nos servindo de padrão
Pela sua experiência
Professora de excelência
Sempre pronta pra ação

E a nobre Márcia Rehem
Também sempre empenhada
Demonstrando seu saber
Sempre bem fundamentada
Sempre pronta pra atender
As demandas, a meu ver
Uma aluna aplicada

Pedro Manoel dos Santos
Sempre que me encontrava
Era sempre o mesmo assunto
O elo que nos ligava
Nossa especialização
Nossa consumição
E o que nos alegrava

José Gynvaldo a seu modo
Crítico por natureza
Sempre com a algo a dizer
Certo em sua certeza
Não deixava de expressar
Reclamando seu lugar
Com invejável destreza

Também o  grande Humberto
Outro exímio professor
Com senso crítico agudo
Resultado do labor
De leituras e vivências
E inúmeras referências
De grande pesquisador

Rivelino outro cara
Que não posso esquecer
Sua capacidade rara
De saber como dizer
Em situações quaisquer
Não haverá uma sequer
Pra ele não resolver

Do mesmo modo Fagner
Carece nossa atenção
Por seu pensamento agudo
Critica com precisão
Sobre diversos temas
Ou sobre qualquer problema
Tá sempre de prontidão

Só não lembrando de todos
Uns mais próximos outros não
O debate se instaurou
Conforme sua condição
Sinval com Gissivaldo
Sidnei com Arivaldo
Com estreita interação

Noemi bem ao seu modo
Demonstrando conhecer
Sempre bem fundamentada
Estudante pra valer
Assim como Fabiane
E também a Ariane
Fizeram acontecer

Cilene já conhecia:
Professora exemplar
Tem seu pensamento crítico
E didática singular
Energia contestadora
Postura inquiridora
Em prol do filosofar

Maria do Carmo então
Sempre ali interagindo
Com suas postagens claras
Íamos todos seguindo
Adalgisa, Uana Vanessa
E antes que eu esqueça
Todos ali discutindo

Daniele e Lucineide
Sempre contribuíram
Para o debate constante
E todos evoluíram
Núbia e José Oreste
E não falta quem ateste
Eles nunca divergiram

Geisa assim por sua vez
Demonstrou conhecimento
Em muito colaborou
Para o nosso entendimento
Aprendemos em conjunto
 E vamos chegando juntos
Só falta o ajustamento

Uns ficaram no caminho
Desistindo dessa lida
Foi o caso Aristides
A sua falta foi sentida
Pois alguém experiente
Só ajudaria a gente
E a filosofia valida

Foi um tempo de labuta
Pra podermos estudar
Só tendo finais de semana
E família pra cuidar
Foram diversas leituras
Verdadeiras aventuras
Em prol do filosofar

Penso que nesse terreno
Chamado filosofia
Todo mundo filosofa
Na lida do dia a dia
É mesmo o exercício
E sem nenhum artifício
É o que o pensar anuncia

Galefi  deu o alerta
Sobre esse novo dilema
Modo  transdisciplinar
Modos de entrar em cena
De tudo que Kant dizia
Sobre a filosofia
É o filosofar apenas

É algo que não se ensina
É o que vale lembrar
Mas uma coisa aprendemos
A meta é fazer pensar
Com crítica e autonomia
Assim em filosofia
Se chega a filosofar

Agora o Ensino Médio
Receberá professores
Que farão  filosofia
Na sua lida senhores
Levando o aluno a pensar
Serão, ao  filosofar
Da realidade autores

Por não ter muito a dizer
De mim não posso falar
Por isso nesse cordel
Quero apenas registrar
Um pouco do que vivemos
Para que não fiquemos
Sem algo pra nos lembrar

E desde já agradeço
Pela vossa companhia
Cada um deixou sua marca
Nessa nossa travessia
Juntos nós conseguimos
Nossas posturas revimos
Em prol da filosofia.

Se talvez esqueci algum
Não for mal ou querer
Cada um deixou sua marca
E consigo entrever
Pelas estradas da vida
Não carece despedida
Pois’inda vamos nos ver.

Inamar Coelho, outubro de 2015

domingo, 11 de outubro de 2015

Sobre a Política

Sobre a Política


















1
Caro leitor amigo
Peço vossa atenção
Pra falar de assunto
Que em toda geração
Foi motivo de estudo
De guerra e sobretudo
De toda dominação

2
Muitos dizem que odeiam
Outros por ela morrem
Mas na verdade é nela
Que os destinos concorrem
É ela que define a guerra
A paz em cima da terra
E a ela todos recorrem

3
Estou falando da política
Do grego politikós
De e para a Polis
Dos homens de Paletós
que na cidade estado
tem o poder mediado
é tudo uma coisa só

4
Platão foi o primeiro
A notar que a política
Precisava ser pensada
Pela via científica
Imaginou sociedades
Utópicas realidades
 Projeções magníficas

5
Aristóteles é o pai
Do pensar a política
Diferente de Platão
Tratou de fazer a crítica
Classificou os sistemas
Apontou seus problemas
De forma bem analítica

6
Em sua obra “Política”
Sendo unida à moral
A política se destina
Ao beneficio geral
Virtude é o fim do estado
É um acordo selado
Ética e  moral social

7
Porém na idade média
A igreja estabelece
O pensamento cristão
E a política obedece
Na estrutura feudal
sendo na cristã moral
 que Tudo se estabelece

8
É de Santo Agostinho
ObrA cidade de Deus
Mas foi com a Utopia
Nova ordem concebeu
Desenhou sociedade
Com justiça e igualdade
Tomas Morus escreveu

9
Avançou a política
Nesse percurso então
Atrelada à moral
Justiça ou religião
Mas é com Maquiavel
Que surge novo papel
Novo conceito e noção

10
Nicolau Maquiavel
Importante pensador
Dissocia da moral
Sendo o grande delator
O que o estado era de fato
Ele descreveu no ato
O Príncipe foi seu labor

11
No príncipe ele descreve
O que ele observou
No estudo da história
Que a política revelou
Covardia e ganância
Corrupção em abundância
E a falta de pudor

12
Para ele o governante
Que quisesse comandar
Para manter o poder
Era preciso buscar
A moral da circunstância
E numa primeira instancia
Força pra dominar

13
Para os  contratualistas
A sociedade antecede
O estado organizado
Que à natureza sucede
Os homens desorganizados
Ao acaso condenados
Sem leis o caos excede

14
Na ausência de autoridade
Se fez necessário o pacto
Em prol da paz entre todos
O  contrato social no ato
A bem da sociedade
Abriu-se mão da liberdade
Para o Estado de fato

14
Hobbes, Locke e Rousseau
Foram os contratualistas
Que embora divergindo
Foram os idealistas
Mas cumpre esclarecer
Para ninguém esquecer
O lugar do estadista

15
Para Hobbes o homem
Era naturalmente mal
Invejoso e egoísta
Selvagem tal e qual
Por isso o absolutismo
Com cores de despotismo
Para ele era normal

16
Contra Hobbes veio Locke
Defensor do parlamento
Contra o absolutismo
Tinha forte argumento
Pois cabia ao Estado
Defender o privado
Do contrato cumprimento

17
Por sua vez Rousseau
Entende a propriedade
A causa das desavenças
E da miséria, na verdade
Pra ele o homem era bom
E o Estado  dava o tom
Em prol da una  vontade

18
Para Rousseau o contrato
Era em prol do bem comum
E o sistema de governo
Não desprezava nenhum
Primando a vontade geral
Em busca do bem social
Pensamento incomum

19
Surgiu então a burguesia
Da revolução industrial
E com isso o positivismo
Deu o toque afinal
Comte crendo na ciência
Como a grande potência
A cura de todo o mal

20
Marx contrário a comte
Outro aspecto percebeu
A divisão em duas classes
Ele Então circunscreveu
Burguesia de um lado
Contra o proletariado
Em conflito incorreu

21
Para Marx o conflito
Revela a natureza
Da real sociedade
E deixou uma certeza
Se as classes forem abolidas
A desigualdade contida
O Estado perde a proeza

22
Como é possível ver
A política requer
Constante reflexão
Não sendo tema qualquer
É de suma importância
E na nossa circunstância
Não dispensa um sequer

23
Eu não gosto de política
È comum ouvir dizer
Política não se discute
É o que dá entender
Mas é justamente por isso
Que o povo é submisso
Manobrado sem saber

24
É preciso distinguir
Política de politicagem
Pois a política sadia
Não dispõe de malandragem
E é com o povo omisso
E com eleitor submisso
Que o corrupto age

25
A política é essencial
Para o bem da nação
Para a ordem social
E Só há corrupção
Por causa da negligência
E da aquiescência
De toda população

26
É preciso ter cuidado
E na hora de votar
Pra não ser ludibriado
É preciso pesquisar
Sobre a vida do político
Um estudo analítico
De modo a orientar

27
Os projetos de governo
Ideologia do partido
A sua vida pregressa
Se ilícito cometido
Todo seu comportamento
Nível de conhecimento
E se é comprometido

28
São muitas ideologias
Uma luta interminável
Um acusando o outro
E a mídia lamentável
Apoia quem lhe convém
Deixando o povo refém
Em situação vulnerável

29
É preciso observar
O quanto o pais mudou
Desde as velhas ditaduras
Até o que se instaurou
A nobre democracia
Do povo a soberania
Por isso o pais lutou

30
Vou ficando por aqui
Com meu muito obrigado
Por falarmos de política
Esse assunto evitado
Mas de toda importância
E de grande relevância
Este é o meu recado


Inamar Coelho - Outubro 2015

Este texto em cordel foi produzido especificamente para a atividade sobre política, objetivando tematizar a noção de Filosofia Política de forma lúdica e alternativa, em busca de tornar a aula de filosofia mais dinâmica e mais interessante, por esta ser uma forma de literatura pautada na oralidade, além de se configurar em um modo diferente de introduzir o tema filosófico e favorecer o debate.