Caro leitor amigo
Peço vossa atenção
Pra falar de uma data
De festa e de emoção
É o dia do natal
Esta data especial
De confraternização
Mas hoje tenho comigo
Que foi mudado o sentido
E sua orientação
No natal é celebrado
De Cristo o nascimento
Que nasceu na manjedoura
Sem pompa nem ornamento
Filho de Maria e José
Concebido pela fé
No divino provimento
Indicado pela estrela
Que reis puderam vê-la
Por todo o firmamento
Hoje tudo tá mudado
O sentido é comercial
É a troca de presente
Consumo e coisa e tal
Inventaram tanta asneira
E um monte de besteira
Que todos acham legal
Papai Noel e presentes
Panetone e peru (gente!)
Até arvore de natal
É algo um tanto doido
Pra gente aqui do sertão
Que no lugar da lareira
Só a trempe do fogão
E esperar papai Noel
No seu trenó pelo céu
Só pela televisão
E nunca chega o presente
Mamãe não engana a gente
Alimentando ilusão
Se papai Noel vier cá
Vai morrer é de calor
Com aquela roupa quente
Feita bem de cobertor
Se subir no meu telhado
Vai cair todo quebrado
Como supõe o senhor
Dado o peso do velhote
E a madeira nem tão forte
Do meu pobre bangalô
A culpa de tudo isso
É da tal televisão
Que na fome de vender
Mantém essa ilusão
Como se o mundo fosse igual
E fosse o mesmo natal
No norte-sul, no sertão
Traz sempre o papai Noel
De luva, bota e chapéu
Seja inverno ou verão
O natal aqui pra gente
Como digo pro sinhô
Difere destes modismos
Que a TV inventou
Nós reza e acende vela
Sem toda essa novela
De rena, e peru, (ho!ho!ho!)
Não carece panetone
Tudo isso tem um nome
É frescura sim sinhô
Tem matuto que se ilude
E cai nessa tentação
Vende vaca, bode e roça
E nem pede opinião
Pra enfeitar o natal
Com árvore e coisa e tal
Como na televisão
E no outro dia, frustrados
Os menino enganados
Entendem a encenação
O esquema é tão cruel
Que ilude as criancinhas
Ingênuas escrevem cartas
Ao papai Noel, tadinhas
Pedem games e bonecas
Bicicletas e petecas
E até roupa novinha
E os pais sem poder ver
As coitadinhas sofrer
Vende até as galinha
Imaginem na África
Esse papai Noel nórdico
E aqui no sertãozão
Com seu carro estrambótico
Entre o povo bem pobre
Que não tem veste nem cobre
É um pensamento insólito
Dessa burra inteligência
Igualar a diferença
Implantando o exótico
Criando o alienígena
Pra explorar o povo
É o natal do consumo
E tal figura um estorvo
A mídia impõe como lei
E o mundo esquece de vez
Adere ao sentido novo
Jesus perde o espaço
Tudo fora do compasso
Capitalismo cega o povo
Esse tal natal moderno
Gestado em sessenta dias
De consumo desregrado
De ilusão e magia
Gulodice e desperdício
Estratégia e artifício
Que culmina num só dia
No dia do nascimento
Condenando ao esquecimento
Jesus José e Maria
Neste dia o mundo para
E se enche de compaixão
No outro dia pouco importa
Se pede esmola um irmão
Pois o natal é consumo
A miséria é o insumo
Dessa globalização
Fome, guerra, pobreza
Do capitalismo a proeza
Natal sem reflexão
A verdade é que Jesus
Nessa comemoração
Fica em segundo plano
Até na religião
Por todo lado é só festa
Ceia, luz, nada mais resta
Tudo é uma curtição
Ilusão e encantamento
Papai Noel é o centro
Roubando toda a atenção
Toda essa fantasia
Move muito dinheiro
E o pobre é quem mais compra
Graças ao décimo terceiro
Compra árvore, pisca-pisca
Peru e há quem arrisca
Trufas e até brigadeiro
Champanhe e roupa nova
Tudo serve como prova
E dívida pro ano inteiro
O sentido do natal
Não tem nenhuma ilusão
Serve só pra refletir
Sobre nossa condição
No nascimento de Cristo
Haja ouvido e haja visto
É tempo de compaixão
Tempo de agradecimento
De sanar o sofrimento
Que acomete o nosso irmão
Jesus nasceu com tão pouco
Na sua pobre manjedoura
Sem luzes, ceia ou festa
Salvo a progenitora
Alguns bichos assistiram
E os reis que seguiram
A estrela condutora
Mas hoje o papai Noel
Toma o principal papel
Desta data redentora
Não há lugar pro amor
Pra fé e pra comunhão
O tal saco de presente
Roubou toda a atenção
O sentido material
Tomou conta do natal
E cegou nossa visão
É só festa e bebedeira
Consumo e tanta asneira
Manda a televisão
Caro leitor amigo
Te peço compreensão
Não é que eu seja amargo
Nem tão pouco turrão
O que quero é dizer
Que o natal pra valer
Tem sua orientação
Não é com papai Noel
Pisca-pisca e “dingobel”
Presente ou ilusão
É refletindo e orando
Pelo irmão sofredor
E não torrando dinheiro
Como se fosse um trator
Por toda nação do mundo
Impera esse absurdo
Investimento sem valor
É bom que fique entendido
O verdadeiro sentido
É Jesus o salvador.
Inamar Coelho, Natal de 2009
Peço vossa atenção
Pra falar de uma data
De festa e de emoção
É o dia do natal
Esta data especial
De confraternização
Mas hoje tenho comigo
Que foi mudado o sentido
E sua orientação
No natal é celebrado
De Cristo o nascimento
Que nasceu na manjedoura
Sem pompa nem ornamento
Filho de Maria e José
Concebido pela fé
No divino provimento
Indicado pela estrela
Que reis puderam vê-la
Por todo o firmamento
Hoje tudo tá mudado
O sentido é comercial
É a troca de presente
Consumo e coisa e tal
Inventaram tanta asneira
E um monte de besteira
Que todos acham legal
Papai Noel e presentes
Panetone e peru (gente!)
Até arvore de natal
É algo um tanto doido
Pra gente aqui do sertão
Que no lugar da lareira
Só a trempe do fogão
E esperar papai Noel
No seu trenó pelo céu
Só pela televisão
E nunca chega o presente
Mamãe não engana a gente
Alimentando ilusão
Se papai Noel vier cá
Vai morrer é de calor
Com aquela roupa quente
Feita bem de cobertor
Se subir no meu telhado
Vai cair todo quebrado
Como supõe o senhor
Dado o peso do velhote
E a madeira nem tão forte
Do meu pobre bangalô
A culpa de tudo isso
É da tal televisão
Que na fome de vender
Mantém essa ilusão
Como se o mundo fosse igual
E fosse o mesmo natal
No norte-sul, no sertão
Traz sempre o papai Noel
De luva, bota e chapéu
Seja inverno ou verão
O natal aqui pra gente
Como digo pro sinhô
Difere destes modismos
Que a TV inventou
Nós reza e acende vela
Sem toda essa novela
De rena, e peru, (ho!ho!ho!)
Não carece panetone
Tudo isso tem um nome
É frescura sim sinhô
Tem matuto que se ilude
E cai nessa tentação
Vende vaca, bode e roça
E nem pede opinião
Pra enfeitar o natal
Com árvore e coisa e tal
Como na televisão
E no outro dia, frustrados
Os menino enganados
Entendem a encenação
O esquema é tão cruel
Que ilude as criancinhas
Ingênuas escrevem cartas
Ao papai Noel, tadinhas
Pedem games e bonecas
Bicicletas e petecas
E até roupa novinha
E os pais sem poder ver
As coitadinhas sofrer
Vende até as galinha
Imaginem na África
Esse papai Noel nórdico
E aqui no sertãozão
Com seu carro estrambótico
Entre o povo bem pobre
Que não tem veste nem cobre
É um pensamento insólito
Dessa burra inteligência
Igualar a diferença
Implantando o exótico
Criando o alienígena
Pra explorar o povo
É o natal do consumo
E tal figura um estorvo
A mídia impõe como lei
E o mundo esquece de vez
Adere ao sentido novo
Jesus perde o espaço
Tudo fora do compasso
Capitalismo cega o povo
Esse tal natal moderno
Gestado em sessenta dias
De consumo desregrado
De ilusão e magia
Gulodice e desperdício
Estratégia e artifício
Que culmina num só dia
No dia do nascimento
Condenando ao esquecimento
Jesus José e Maria
Neste dia o mundo para
E se enche de compaixão
No outro dia pouco importa
Se pede esmola um irmão
Pois o natal é consumo
A miséria é o insumo
Dessa globalização
Fome, guerra, pobreza
Do capitalismo a proeza
Natal sem reflexão
A verdade é que Jesus
Nessa comemoração
Fica em segundo plano
Até na religião
Por todo lado é só festa
Ceia, luz, nada mais resta
Tudo é uma curtição
Ilusão e encantamento
Papai Noel é o centro
Roubando toda a atenção
Toda essa fantasia
Move muito dinheiro
E o pobre é quem mais compra
Graças ao décimo terceiro
Compra árvore, pisca-pisca
Peru e há quem arrisca
Trufas e até brigadeiro
Champanhe e roupa nova
Tudo serve como prova
E dívida pro ano inteiro
O sentido do natal
Não tem nenhuma ilusão
Serve só pra refletir
Sobre nossa condição
No nascimento de Cristo
Haja ouvido e haja visto
É tempo de compaixão
Tempo de agradecimento
De sanar o sofrimento
Que acomete o nosso irmão
Jesus nasceu com tão pouco
Na sua pobre manjedoura
Sem luzes, ceia ou festa
Salvo a progenitora
Alguns bichos assistiram
E os reis que seguiram
A estrela condutora
Mas hoje o papai Noel
Toma o principal papel
Desta data redentora
Não há lugar pro amor
Pra fé e pra comunhão
O tal saco de presente
Roubou toda a atenção
O sentido material
Tomou conta do natal
E cegou nossa visão
É só festa e bebedeira
Consumo e tanta asneira
Manda a televisão
Caro leitor amigo
Te peço compreensão
Não é que eu seja amargo
Nem tão pouco turrão
O que quero é dizer
Que o natal pra valer
Tem sua orientação
Não é com papai Noel
Pisca-pisca e “dingobel”
Presente ou ilusão
É refletindo e orando
Pelo irmão sofredor
E não torrando dinheiro
Como se fosse um trator
Por toda nação do mundo
Impera esse absurdo
Investimento sem valor
É bom que fique entendido
O verdadeiro sentido
É Jesus o salvador.
Inamar Coelho, Natal de 2009